Brasil precisa assumir protagonismo em nanotecnologia, diz chefe da Agitec
A nanotecnologia vai moldar a próxima era dos materiais e transformar diversos setores da indústria e até mesmo a estrutura de Defesa de um país, afirmou Erick Braga Ferrao Galante, chefe da Agência de Gestão e Inovação Tecnológica do Exército (Agitec), durante um painel na Gramado Summit 2025 nesta quinta-feira (5).
Durante o evento, o executivo falou sobre o papel do Exército em fornecer apoio e obter licença de patentes de inovação no Brasil e o potencial do país em investir na onda da nanotecnologia.
Com potencial para modernizar a indústria, a nanotecnologia consiste no entendimento e controle da matéria em nanoescala, em escala atômica e molecular, e permite o desenvolvimento de materiais ainda mais resistentes e duráveis para diversas aplicações.
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Os materiais são fabricados em estruturas estáveis e melhores do que se estivessem em sua forma tradicional.
“O nano é a próxima era dos materiais. Nós marcamos as eras da humanidade pelas eras de metais: era da pedra lascada, era do bronze, era do cobre, e daqui a pouco a era dos nanomateriais. Se nós não surfarmos a onda agora seremos coadjuvantes e o Brasil precisa assumir o protagonismo nisso que é nosso por natureza”, afirmou Galante.
Para isso, a Agitec trabalha no sistema da tríplice hélice envolvendo o investimento do governo, os projetos e pesquisas da academia e a aplicação da tecnologia na indústria.
“Na pandemia de Covid-19, colocamos nanopartículas de cobre em máscaras. Isso daqui a pouco é um produto e quem vai fazer não é um exército, é uma indústria parceira. Nesse modelo, o exército desenvolveu tecnologia soberana de radar”, exemplificou ao falar sobre tecnologias desenvolvidas em poucos países.

O processo de desenvolvimento de inovação da Agitec segue a escala TRL (Technology Readiness Level, ou “Nível de Prontidão Tecnológica” em tradução livre) da NASA, que é utilizada para avaliar a maturidade tecnológica dos projetos, auxiliando na busca por recursos e parcerias.
Inovação como soberania nacional
Durante o painel, Galante disse que historicamente as Forças Armadas trabalham na pesquisa em inovação que servem não só à Defesa e ao combate. Segundo ele, trabalhar ciência e inovação no Exército é uma forma de garantir soberania.
“Defesa, indústria de defesa não é fazer armamento, é fomentar soberania, poder e industrialização. Quando a gente vê um avião militar voando, naquele avião, tenho uma indústria siderúrgica, uma indústria têxtil, uma indústria petroquímica, uma indústria de computação, de hardware de software”, sinaliza.
O chefe da Agitec também defendeu o investimento na geração nano e os incentivos financeiros à inovação.
“Temos hoje que fomentar a nanopartícula, porque essa é a nova fronteira do conhecimento. Se a gente não entender que as eras dos materiais permeiam a evolução da humanidade, se não entendermos que as demandas de defesa são demandas lícitas, quem não se defende não consegue ter soberania”, afirmou.
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