Berço da astronomia moderna, Observatório Royal Greenwich completa 350 anos
O Observatório Real de Greenwich, considerado o berço da astronomia moderna, completou 350 anos no domingo (22). A instituição é famosa também por ser o lar do Meridiano de Greenwich, a linha imaginária que marca o zero grau de longitude e que ajudou a moldar os sistemas globais de tempo e navegação.
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Hoje, o Observatório funciona como museu e centro educacional, preservando seu papel essencial na história da ciência. Para entender, façamos uma breve viagem ao passado — mais especificamente, para 1675, ano em que o Rei Charles II decidiu que a Inglaterra precisava de uma instituição científica para descobrir uma forma de marinheiros navegarem em segurança.
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A preocupação tinha fundamento: no século XVII, a exploração marítima era o único caminho para as nações se comunicarem e exercerem influência umas sobre as outras. Na época, os marinheiros e astrônomos já sabiam determinar a latitude (distância de norte a sul) mesmo em alto mar, mas ainda faltava encontrar um sistema para descobrir a longitude (distância entre leste e oeste).
É aqui que entra o Observatório, que foi criado para encontrar uma forma de medir a longitude para marinheiros e, como consequência, navegar pelos oceanos. Pensando na questão, Charles II escolheu John Flamsteed para ser seu “observador astronômico” (posteriormente, ele ficou conhecido pelo título de Astrônomo Real), ou seja, tornou-o o responsável por criar um mapa do céu que fosse preciso o suficiente para determinar a longitude e, assim, melhorar a navegação. Já o arquiteto Christopher Wren projetou a instituição.
Viagem ao passado
Desde a criação do Observatório, gerações de astrônomos monitoraram os movimentos aparentes das estrelas e da Lua em relação ao meridiano, a linha imaginária que vai de norte a sul no observatório. As observações levaram à criação do primeiro Almanaque Náutico, que tinha as previsões da posição das luas e das estrelas ao longo do ano. Ainda foi publicado um manual que ensinava a calcular a longitude no mar.

Em 1770, o inglês John Harrison criou um mecanismo para os marinheiros determinarem a longitude a bordo de navios em movimento. Já em 1880, mais da metade das embarcações mundiais navegavam com mapas que usavam o meridiano de Greenwich como referência.
Com o enigma da longitude resolvido, o observatório passou a explorar outras áreas da astronomia, como medições do campo magnético da Terra, observação de trânsitos planetários e mais. Outro grande projeto do Observatório ficou por conta de Flamsteed, que se dedicou a catalogar 3 mil estrelas.
Aliás, o Observatório Real também encarou conflitos — um destes episódios envolve a rivalidade entre Flamsteed e Sir Isaac Newton, que queria usar as cartas estelares de Flamsteed para refinar suas teorias. O astrônomo do Observatório não aceitou, porque queria primeiro ter certeza de que as informações ali estavam corretas. Como resultado, Newton publicou uma versão do trabalho que, além de imperfeita, foi divulgada sem a permissão da instituição.
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