Astrônomos resolvem um antigo mistério de queda drástica no brilho de Betelgeuse
Astrônomos informaram na última segunda-feira (21) que avistaram a estrela companheira de Betelgeuse, resolvendo um antigo mistério sobre a queda drástica no brilho da gigante vermelha. Os resultados das pesquisas foram publicados na revista The Astrophysical Journal Letters.
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Localizada no ombro da constelação de Órion, Betelgeuse tem cerca de dez milhões de anos e, apesar de jovem para os padrões astronômicos, está no fim de sua vida. Ela chama a atenção dos cientistas por ter aproximadamente 700 vezes o raio do Sol.
Entre 2019 e 2020, os astrônomos observaram uma queda acentuada no brilho da estrela, evento que ficou conhecido como “Grande Escurecimento”. Na época, os cientistas verificaram que a redução na luminosidade foi causada por uma grande nuvem de poeira ejetada pela própria estrela.
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Contudo, o que permanecia sem explicação era a variabilidade periódica do brilho da Betelgeuse, com um ciclo principal de cerca de 400 dias e um ciclo secundário mais longo, de aproximadamente seis anos.
Análises anteriores levaram os pesquisadores a propor que essa variação poderia ser causada por uma estrela companheira, cuja presença até então não havia sido confirmada. Agora, uma equipe de astrofísicos liderada por Steve Howell, pesquisador sênior do Centro de Pesquisa Ames da NASA, finalmente identificou o corpo celeste responsável pela alteração no brilho da supergigante.
Detecção e características da estrela
A detecção da estrela companheira foi possível graças ao uso de um imageador speckle chamado Alopeke, instalado no telescópio Gemini Norte, do Observatório Internacional Gemini, no Havaí.
“A capacidade do Gemini North de obter altas resoluções angulares e contrastes nítidos permitiu que a companheira de Betelgeuse fosse detectada diretamente. Os artigos que previam a existência dessa companheira acreditavam que ninguém jamais seria capaz de fotografá-la”, destacou Howell em comunicado.
A análise da luz emitida pela estrela companheira mostrou que ela é seis magnitudes mais fraca que Betelgeuse na faixa observada, com uma massa estimada em aproximadamente 1,5 vez a massa do Sol.
Além disso, os dados sugerem que se trata de uma estrela quente, jovem, branco-azulada, que ainda não iniciou a queima de hidrogênio em seu núcleo — ou seja, possivelmente uma protoestrela ou uma estrela pré-sequência principal. Ela está relativamente próxima da supergigante, a cerca de quatro vezes a distância entre a Terra e o Sol.

Nascimento comum e destino trágico
Segundo os cientistas, as duas estrelas provavelmente nasceram juntas, mas a estrela companheira terá uma vida útil mais curta. Isso se deve às forças gravitacionais de maré, que a farão espiralar em direção a Betelgeuse e possivelmente ser destruída em cerca de 10 mil anos.
A próxima grande oportunidade de observação ocorrerá em novembro de 2027, quando a companheira atingirá sua maior separação aparente da gigante vermelha, facilitando sua detecção.
“Esta detecção estava no limite do que pode ser alcançado com o Gemini em termos de imagens com alta resolução angular — e funcionou. Isso agora abre caminho para outras observações de natureza semelhante”, ressaltou Howell.
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