Após mais de 130 anos, estudo revela que Tylenol não funciona como pensávamos

O Tylenol, ou paracetamol, pode não agir da forma como acreditávamos há mais de um século. Pelo menos, é isso o que afirma um novo estudo da Universidade Hebraica de Jerusalém, publicado no último dia 4. Utilizado há mais de 130 anos para aliviar dores, o medicamento parece funcionar de maneira diferente do que se pensava até então, bloqueando sinais de dor diretamente nos nervos periféricos, e não apenas no cérebro, como sugeriam teorias anteriores.

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Os cientistas descobriram que um subproduto essencial do paracetamol, chamado AM404, é o verdadeiro responsável pelo bloqueio da dor. Quando o paracetamol é metabolizado pelo fígado, ele é transformado em 4-aminofenol, que, ao se combinar com um ácido graxo, gera o AM404.

Esse composto era conhecido por atuar no sistema nervoso central, mas o novo estudo demonstrou que ele também age no sistema nervoso periférico, onde a dor se origina.

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Bloqueio de canais de sódio

Para testar essa teoria, os pesquisadores aplicaram AM404 diretamente em neurônios sensoriais retirados de ratos recém-nascidos. Os resultados mostraram que o composto bloqueia canais de sódio responsáveis por transmitir os sinais de dor ao cérebro. Além disso, ao injetar AM404 nas patas dos ratos, foi observado um alívio localizado da dor, com redução da sensibilidade ao calor e à pressão.

Embora a pesquisa publicada na revista PNAS tenha sido conduzida em animais, seus resultados têm potencial para mudar completamente a compreensão sobre como analgésicos funcionam. 

Os cientistas agora trabalham no desenvolvimento de versões mais estáveis do AM404, com foco no tratamento de dores crônicas e neuropáticas. A esperança é que, no futuro, medicamentos inspirados nessa descoberta possam oferecer alternativas ao Tylenol, ao ibuprofeno e até mesmo aos opioides.

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