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Curiosidades

Anos incríveis

Nos idos de 2018 – quando Corona ainda era só uma marca de cerveja, home office soava como uma utopia trabalhista nórdica e quarentena era uma coisa que se fazia em portos do século 16 (“isolamento social”? Isso é rebranding, rs) – a redação da Super era palco de um ritual vespertino diário: mais ou menos às 17h, algum agente do caos abria o YouTube e dava play em um viral do professor Clóvis de Barros feroz durante uma aula na USP. A razão da revolta é que seus alunos reclamaram de ler um texto do filósofo Immanuel Kant.

“Tem neurônio à vontade. O cérebro tem o tamanho de um cérebro normal. Tomou leite materno, leite Ninho. Então, como pode um cara escrever uma coisa que eu não entenda? Não tem como! Eu vou ler aquela mer** até entender! Isso é brio.”

A tarefa de um repórter da Super é justamente esta: ler até entender, para depois explicar. E é por isso que a fúria de Clóvis, apesar de cômica, se tornou o único discurso motivacional realmente motivador que nós já havíamos ouvido. Se tem gente em Cambridge ou na USP calculando o que acontece em uma anomalia no tecido do espaço-tempo a bilhões de anos-luz da Terra, o que impede um jovem alimentado de escrever uma matéria compreensível sobre esse e outros feitos da espécie humana?

Volta e meia, pessoas com o brio de Clóvis chegam para renovar o quadro da redação. Uma delas é a belorizontina Isabela Lobato, que entrou na Super como repórter estagiária em 2024 e já faz até matéria de capa que nem gente grande. Ela acaba de se formar (parabéns!) e agora será a mais nova efetiva da revista. Trazer uma gênia dessas para a equipe é tipo laçar o cometa Halley: se perder a oportunidade, só daqui a 75 anos. Fique feliz, leitor. Você não precisará esperar até 2100 por esse privilégio.

Outra boa-nova é a Luiza Lopes, que entra na vaga da Bela para estagiar conosco. Com 21 anos, ela já é formada em Jornalismo e está terminando a graduação em História, ou seja: de ler, a Luiza entende. Seja bem-vinda.

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Por fim, uma terceira notícia: é hora do meu adeus. Saio da Super para outra aventura. Não sou fã de chorar, e pensar esta carta no banho já fez sair Itaipus dos meus olhos, então evitarei delongas em nome das minhas glândulas lacrimais. Basta dizer que a Super fez de mim quem eu sou. Quando o Bruno de uns 8 anos lia as colunas sobre matemática do Luiz Barco em exemplares amarelados dos anos 1990, trabalhar na revista da borda vermelha parecia tão distante quanto a Lua. Eu não era uma dessas crianças que queriam ser astronauta – mas, de alguma forma, consegui. A gratidão não cabe em mim.

Em meu posto, fica Rafael Battaglia, um repositório ambulante de citações do Pica-Pau e o primeiro fã de sorvete de pistache do Brasil. Houve uma época em que esse sabor era tão cafona quanto passas ao rum, mas o guarulhense que eu tanto amo já desfilava o estandarte verde-claro oleaginoso com orgulho antes do hype. Nós compartilhamos as trincheiras do escritório desde 2017, e eu confiaria minha vida a ele – afinal, a Super foi parte razoável da minha vida até aqui.

Ao seu lado, vão os escudeiros Maria Clara Rossini e Bruno Carbinatto, uma dupla puríssima, que o ChatGPT não imita nem se o Machado de Assis escrever o prompt. Boa sorte a vocês e a todos os outros membros dessa equipe peculiar, que põe palavras e formas no papel com uma ginga ímpar. Agradeço pelos anos incríveis. Aos senhores não falta brio.

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augustopjulio

Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.