Afinal, por que agora tudo tem aplicativo? Entenda os motivos

Embora os aplicativos facilitem o acesso a serviços como compras e extratos bancários, em alguns casos, a proliferação de apps para cada finalidade pode gerar mais problemas do que soluções. Entre eles, a lotação do armazenamento do celular, impedindo o uso da câmera para tirar fotos e vídeos por falta de espaço, por exemplo.

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Através de redes sociais como Reddit e X, usuários fazem críticas em relação à existência de um aplicativo para todo tipo de serviço, mesmo os mais simples. Outros comentários abordam a dificuldade de uso dos novos programas desenvolvidos.

Em uma das publicações, um comentou recentemente no Reddit que havia ganhado uma torradeira que exige um aplicativo para funcionar. “Minha lavadora também tem um [app]. É uma loucura.”

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Why does everything require an APP?
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Por que tudo tem um app?

A diretora de marketing digital na Sherlock Communications e especialista em marketing empresarial, Bianca Boucault, explica que o movimento de centralizar serviços em aplicativos vem da migração dos usuários para os dispositivos móveis.

Ela cita como exemplo os aplicativos de serviços públicos, como o Gov.br e o Meu INSS, que facilitam processos antes burocráticos para o cidadão, que precisava ir a algum posto físico ou enfrentar falhas em sites. 

Contudo, ela ressalta que, para que um app faça sentido, é preciso que ele resolva um problema. “A partir do momento em que você tem um aplicativo que adiciona um passo a mais no processo, ele se torna um problema para o usuário”, aponta Boucault.

“Outro dia, por exemplo, fui tomar um café naquelas máquinas automáticas e não podia simplesmente selecionar e pagar — que é um processo simples e ao qual já estamos acostumados. Eu precisava baixar o aplicativo, cadastrar meu cartão, escanear o QR Code para, só então, pegar um cafezinho”, relata Bianca.

Why does everything have an app now?
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Qual a verdadeira função de um aplicativo?

O confundador do app de entretenimento Vippo, Caio Pacheco, afirma que, para desenvolver um aplicativo, é essencial melhorar a jornada do usuário.

“A gente avalia: o produto precisa ser acessado com frequência? A experiência exige recursos do celular, como GPS ou notificações? Há um ganho real em termos de usabilidade?”, elenca Pacheco.

Bianca Boucault complementa que os aplicativos se tornaram ainda mais essenciais para a centralização de serviços, principalmente durante e após a pandemia.

“Fizemos uma forte migração para o digital, com muitos pontos positivos. Os aplicativos são parte essencial dessa mobilidade, permitindo que você resolva o que precisa, de onde estiver e a qualquer hora — seja às duas da manhã ou ao meio-dia”, afirma Boucault.

Apps desbancaram os sites?

Caio Pacheco afirma que as pessoas continuam usando plataformas online, mas a forma de acesso mudou.

“O celular virou a principal tela, então as empresas migraram suas experiências para apps, visando garantir performance, velocidade e vínculo direto com o consumidor”, explica o cofundador da Vippo.

Ele destaca que não houve uma redução no uso das plataformas online em si, mas sim uma preferência crescente por experiências mais fluídas, que os aplicativos conseguem proporcionar.

Muitos apps para pouca memória

Tanto Boucault quanto Pacheco ressaltam que os apps estão sendo criados em um contexto em que os usuários já possuem dezenas de aplicativos instalados.

“Já temos muitos aplicativos. Então, entre todos os 100 apps — de cada serviço que você usa na semana — decidir quais manter no celular é algo que também precisa ser considerado”, aponta a diretora da Sherlock Communications.

Pacheco conclui que, para enfrentar esse desafio, é fundamental que a decisão de criar um aplicativo venha acompanhada de um plano sólido de diferenciação e retenção por parte das desenvolvedoras.

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