8 curiosidades sobre Chaves que pouca gente conhece
Criado pelo comediante Roberto Gómez Bolaños para o Canal 8, hoje parte da Televisa, Chaves é possivelmente um dos programas mais representativos da América Latina, que conseguiu se conectar diretamente com as nossas realidades, tornando-se um fenômeno para muito além do México.
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Especialmente querido no Brasil, o sitcom sobre um menino órfão que morava em uma vila e aprontava todas no lugar, foi reprisado por mais de 30 anos no SBT. E, mesmo hoje, mais de 50 anos após sua estreia, ainda pode ser assistido na emissora, assim como no Multishow e nas plataformas de streaming do Prime Video e Globoplay.
Curiosidades sobre Chaves
Apesar de todo esse sucesso aqui e em outros lugares do mundo, muita gente não sabe de vários detalhes dos bastidores de Chaves e nem de histórias interessantes que dão ainda mais charme à produção, exibida por sete anos e que conta com mais de 300 episódios no ar.
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A fim de compilar tudo isso em um só lugar, o Canaltech traz abaixo 8 curiosidades sobre Chaves que pouca gente conhece, mas que quem é fã do seriado vai amar descobrir. Confira!
1. Los Supergenios inspirou roteiros e personagens
Antes de criar Chaves ou Chapolin, Roberto Gómez Bolaños tinha um programa no Canal 8 chamado Los Supergenios de la mesa cuadrada, um noticiário fictício de esquetes de humor que contava com a presença de Ramón Valdés (Seu Madruga), Rubén Aguirre (Professor Girafales) e María Antonieta de las Nieves (Chiquinha).

Exibido por quase três anos, o programa apresentou vários quadros que serviram como protótipo para personagens e roteiros de Chaves, como é o caso, por exemplo, da história do menino pobre e faminto que incomoda os vizinhos; dos personagens que brigam por um sanduíche de presunto; da sala de aula que conta com um professor autoritário e alunos que não sabem nada; e da esquete que mostra uma discussão entre adultos por um mal-entendido.
Além disso, alguns traços do próprio Chaves e do Professor Girafales surgiram já no programa, sendo aperfeiçoados depois que Bolaños teve a ideia de criar a vila e seu microcosmo de personagens.
2. Música de abertura rendeu processo à Televisa
A música de abertura de Chaves ficou muito famosa na época de sua exibição, mas muita gente não sabe alguns detalhes curiosos sobre sua origem.
Chamada The Elephant Never Forgets, a música é uma criação do produtor francês Jean-Jacques Perrey, artista pioneiro da música eletrônica, e foi lançada em 1970 como uma versão da Marcha Turca, uma das peças mais populares de Mozart.
Parte do álbum Moog Indigo do musicista, The Elephant Never Forgets foi usada pela Televisa sem a devida autorização, de modo que por anos nem Perry ou a gravadora Vanguard Records receberam os devidos royalties de todo o sucesso da canção.
Em 2010, no entanto, após mover um processo contra a Televisa, Perry conseguiu receber uma indenização por todo o tempo que a música foi ao ar, finalmente teve seus direitos reconhecidos sobre a canção.
3. Música brasileira foi feita por dublador de Godinez
E por falar em música, o clássico tema brasileiro de Chaves também tem uma história curiosa por trás de si.
A música “Aí vem o Chaves, Chaves, Chaves, todos atentos olhando pra TV, aí vem o Chaves, Chaves, Chaves, com uma historinha bem gostosa de se ver” foi criada em 1989, quando o SBT encomendou uma versão brasileira da vinheta e, além de colocá-la na abertura do programa, a lançou também no álbum de trilha sonora do sitcom.
A canção foi composta pelo produtor musical Mário Lúcio de Freitas, que criou também músicas de abertura para programas como Cavaleiros do Zodíaco, Sailor Moon e Punky, a Levada da Breca. Além disso, o compositor atuou ainda como diretor de dublagem do Clube do Chaves, fazendo a voz do personagem Godinez na atração.
4. Vila do Chaves era comum no México
Embora nenhum bairro ou local específico tenha inspirado diretamente a criação da vila do Chaves, Roberto Gomez Bolaños confirmou que se baseou nos ambientes populares que se multiplicavam no México dos anos 1970 para criar o seriado.

Chamados de vecindades, esses locais são uma habitação coletiva muito comum na Cidade do México, e lembram cortiços, com várias pequenas casas compartilhando um pátio, corredores e algumas áreas em comum.
Ocupados normalmente por famílias de baixa renda, as vecindades costumam gerar uma convivência bastante íntima entre seus vizinhos, o que, como já é de se esperar, rende muito conflitos cotidianos – basicamente o elemento central de todas as piadas de Chaves.
5. Protagonista nunca teve nome revelado

Embora muitos acreditem que o protagonista da atração se chama Chaves, o termo é, na verdade, apenas um apelido, sendo uma variação do nome original do programa, El Chavo del Ocho. Em tradução livre, o título quer dizer “menino do oito” e faz uma referência tanto ao número da casa que Chaves mora quanto ao prpório nome da emissora, Canal 8, em que era originalmente exibido.
Chaves, na realidade, tinha um nome de batismo que nunca foi revelado no programa ou por seu criador, Roberto Gómez Bolaños, o que serviu, inclusive, inúmeras vezes como piada na atração.
Toda vez que o garoto tentava contar qual era seu nome verdadeiro, alguma situação inusitada ocorria, de maneira a interromper sua fala e fazer com que as atenções fossem voltadas para outra situação.
6. Chaves teve episódios censurados

Embora tenha sido um fenômeno adorado por diferentes idades, Chaves também não escapou de ter alguns de seus episódios censurados, vetados ou simplesmente não exibidos em vários países.
No Brasil, por exemplo, alguns capítulos do programa não foram exibidos pelo SBT por seu conteúdo relacionado ao álcool, por serem mal interpretados como apologia ao casamento infantil e até por usarem termos relacionados ao suicídio de forma cômica.
Além disso, no próprio México, alguns episódios acabaram sendo exibidos apenas uma vez e nunca mais reprisados por conterem esquetes com brigas físicas exageradas, termos pejorativos e linguagem considerada ofensiva.
7. Acapulco foi único arco fora do estúdio

Ainda que alguns episódios escolares e alguns especiais de Chespirito tenham mostrado cenas gravadas fora de estúdio, praticamente todos os capítulos de Chaves foram encenados dentro da vila, espaço suficiente para que o garoto fizesse muita bagunça com seus amigos.
O clássico arco de Acapulco, no entanto, é o único que se desenvolve quase que inteiramente em externas, e mostra a ida dos personagens da vila para a cidade litorânea homônima após Seu Madruga e Chiquinha ganharem o passeio com tudo pago e os outros moradores decidirem acompanhá-los.
Parte de uma trilogia de episódios chamados Vamos Todos a Acapulco, Os Farofeiros e Os Farofeiros Parte 3, o arco mostra, a partir do segundo capítulo, os personagens se divertindo na praia e na piscina do hotel, e encerrando sua estadia em Acapulco com uma fogueira na praia à noite enquanto Chaves canta a música Boa Noite, Vizinhança.
8. Carlos Villagrán saiu por desentendimentos com Bolaños
Nem todos sabem disso, mas Carlos Villagrán saiu do seriado em 1978, antes de Chaves acabar, devido a uma série de conflitos profissionais e pessoais que teve com Roberto Gómez Bolaños.

O ator, intérprete de Quico, queria os direitos sobre o personagem, ao qual sempre interpretou e criou vários dos trejeitos e bordões. Bolanõs, no entanto, que era de fato o mentor de Quico, assim como roteirista do programa, não aceitava dividir esses louros (e lucros) com o colega, alegando que o personagem pertencia a ele e à Televisa.
A disputa entre os artistas perdurou por meses e despertou uma briga de egos que azedou os bastidores da produção, fazendo com que outros atores do elenco tomassem o lado de Bolaños. Uma situação que levou Villagrán a sair definitivamente de Chaves em 1978 e, desde então, seguir carreira solo, ainda que só pudesse se apresentar como Quico em alguns países selecionados, como o Brasil.
A briga foi tão feia que o confronto entre os dois nunca chegou a ter um ponto final, embora em 2000 Villagrán tenha participado de uma homenagem a Bolanõs e se reencontrado com o antigo colega durante o evento.
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