15 jogos icônicos lançados em 1999
1999 foi um ano repleto de acontecimentos marcantes para o mundo dos videogames. No Brasil, os jogadores podiam finalmente colocar as mãos no Dreamcast, que chegava oficialmente ao país trazendo gráficos impressionantes para a época e uma proposta audaciosa: jogos online através de um modem integrado.
Títulos como Soulcalibur, Virtua Fighter 3 e Sonic Adventure causavam furor nas revistas especializadas e nas rodas de conversa, e a pergunta que não queria calar era se a SEGA conseguiria recuperar o terreno perdido para a Sony. O grande empecilho? O preço proibitivo do console, que era vendido por cerca de R$ 799, o equivalente a R$ 3.681,88 em valores corrigidos.
Em março daquele ano, a Sony anunciou o PlayStation 2, gerando uma onda de especulações e hype sem precedentes. As promessas de um console com leitor de DVD embutido, retrocompatibilidade com o PlayStation original e a misteriosa Emotion Engine alimentaram a imaginação dos gamers brasileiros, que devoravam qualquer informação sobre a nova máquina nas páginas de revistas como Ação Games e SuperGamePower e nos primeiros sites especializados que surgiam.
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Enquanto isso, o PlayStation original vivia seu auge. Com o fenômeno dos “jogos alternativos” — como eram chamados os piratas — o console da Sony se tornava cada vez mais popular no Brasil, principalmente após o lançamento de títulos como Final Fantasy 8, Gran Turismo 2 e Resident Evil 3. Nas lojas, um PlayStation “de fábrica” era vendido no bundle com DualShock a R$ 450 (R$ 2.096,69 corrigidos), enquanto nas feiras, camelôs e classificados era possível encontrar versões modificadas com pelo menos uma dezena de jogos por cerca de R$ 400 (R$ 1.843,24).
Foi também em 1999 que os RPGs japoneses consolidaram sua popularidade no Ocidente. Após o impacto causado por Final Fantasy VII dois anos antes, os fãs aguardavam ansiosamente pela sequência, e não ficaram desapontados. Outros títulos como Suikoden II e Grandia também recebiam destaque, conquistando uma legião de fãs.
Nas locadoras – templos sagrados da cultura gamer brasileira da época – a rivalidade entre Winning Eleven 4 e FIFA 99 dividia opiniões e formava facções nos pátios das escolas. Esse foi o ano em que começou a longa disputa pela coroa do melhor jogo de futebol dos games, com debates acalorados e cheios de provocações que às vezes arruinavam amizades.
Vamos relembrar os 15 jogos mais icônicos lançados nesse ano memorável.
15. SimCity 3000
O lendário simulador de cidades voltou em 1999 com melhorias visuais e de jogabilidade significativas. SimCity 3000 introduziu novos tipos de prédios, desastres mais elaborados e um sistema de gestão de recursos que incluía lixo e poluição sonora, elevando a complexidade e o realismo da série. A possibilidade de negociar com cidades vizinhas também foi um diferencial importante.

Para os jogadores brasileiros, a sensação de poder criar metrópoles do zero exercia um fascínio especial. As dificuldades em equilibrar o orçamento da cidade virtual muitas vezes espelhavam os desafios econômicos do país naquela época, sobretudo o chamado “efeito samba”. Era comum encontrar jogadores compartilhando dicas de como manter suas cidades prósperas sem aumentar impostos ou reduzir serviços essenciais.
O jogo também se destacou por sua trilha sonora marcante, composta por Jerry Martin, que criou melodias ambientes que se adaptavam ao ritmo de jogo. A interface aprimorada e as múltiplas visões da cidade permitiam uma grande personalização, fazendo com que cada metropóle virtual tivesse características únicas, reflexo da personalidade de seu administrador.
14. Age of Empires II: The Age of Kings
Age of Empires II expandiu a fórmula do jogo original de maneiras que estabeleceram novos padrões para jogos de RTS dali em diante. O jogo apresentou 13 civilizações jogáveis, cada uma com unidades, tecnologias e estilos únicos, além de cinco campanhas históricas detalhadas que narravam as conquistas de líderes como Joana d’Arc e Genghis Khan.

A jogabilidade refinada incluiu melhorias importantes como fila de produção de unidades, formações militares mais inteligentes e um sistema de economia mais elaborado. No Brasil, que passava por um forte movimento de inclusão digital, Age of Empires II foi um dos títulos que ajudou a consolidar o PC como plataforma de jogos, especialmente em um momento em que os consoles dominavam o mercado. Frequentemente, AoE 2 era o principal jogo dos chamados Corujões, quando as LAN houses organizavam torneios a portas fechadas que começavam à noite e iam até a manhã do dia seguinte.
O aspecto educacional do jogo não passou despercebido, com professores de história ocasionalmente usando o título como ferramenta complementar de ensino. A longevidade de Age of Empires II é notável – o jogo recebeu uma Definitive Edition em 2019, exatos 20 anos após seu lançamento original, e até hoje recebe expansões, provando que sua fórmula ainda ressoa entre os jogadores modernos.
13. Medal of Honor
Em uma época em que os FPS ainda eram vistos como gênero exclusivo para PC, Medal of Honor mostrou que era possível levar a experiência para consoles sem comprometer a qualidade. O jogo, fruto da parceria entre EA Games e a DreamWorks Interactive de Steven Spielberg, aproveitou a experiência do diretor com “O Resgate do Soldado Ryan” para criar uma experiência de guerra realista e impactante.

Nas locadoras brasileiras, Medal of Honor era extremamente disputado não apenas pela ação intensa, mas por sua narrativa que apresentava a Segunda Guerra Mundial de forma respeitosa e educativa. As missões inspiradas em eventos históricos reais e a precisão na representação de armas e uniforme impressionavam tanto jovens quanto adultos, tornando-se tema de conversas nas escolas.
O impacto de Medal of Honor foi tão grande que muitos membros da equipe de desenvolvimento posteriormente fundaram a Infinity Ward, estúdio responsável por Call of Duty. A trilha sonora orquestrada por Michael Giacchino – que anos depois se tornaria compositor de filmes premiados – adicionava uma camada cinematográfica ao jogo, transformando-o em uma experiência que ia muito além do simples “atirar em nazistas”.
12. Pokémon Stadium
Quando Pokémon Stadium chegou ao Nintendo 64, a febre Pokémon já havia tomado conta de todo o Brasil. O jogo representou o primeiro encontro de muitos brasileiros com versões 3D dos monstrinhos que só haviam visto nos pequenos sprites do Game Boy ou no anime, causando comoção entre os fãs.

A possibilidade de transferir seus Pokémon das versões Red, Blue e Yellow através do Transfer Pak era uma funcionalidade revolucionária para a época. Nas locadoras, era comum ver grupos de crianças se revezando no controle enquanto discutiam estratégias de batalha e comemoravam ataques críticos bem-sucedidos, especialmente nos modos multijogador que permitiam batalhas entre amigos.
Os minigames incluídos no pacote, como o famoso “Sushi-Go-Round” e “Clefairy Says”, tornaram-se diversões por si só. Para muitos, Pokémon Stadium representou o primeiro contato real com jogos competitivos, moldando uma geração de jogadores estratégicos que aprenderam sobre vantagens de tipo, estatísticas e construção de times balanceados.
11. Driver
Antes que Grand Theft Auto 3 revolucionasse o conceito de mundo aberto em 2001, Driver já oferecia aos jogadores a possibilidade de explorar cidades detalhadas em 3D. O jogo colocava o jogador no papel de Tanner, um policial disfarçado que precisava provar seu valor como motorista em uma sequência introdutória tão desafiadora que se tornou lendária nas locadoras brasileiras e rendeu inúmeros tutoriais nas revistas da época. Não era incomum ver filas de jogadores esperando para tentar concluir aquela garagem inicial.

A Reflections Interactive capturou com perfeição a essência dos filmes de perseguição dos anos 1970, desde a física dos carros que derrapavam dramaticamente até a trilha sonora funk que embalava as fugas. Nas cinco cidades representadas no jogo, os jogadores podiam participar de missões ou simplesmente causar caos no modo “Dirigir”, tentando sobreviver o máximo possível à perseguição policial.
O sistema de dano aos veículos e a possibilidade de assistir a replays editados de suas façanhas foram recursos inovadores que ajudaram Driver a se destacar. A influência do título é inegável no desenvolvimento posterior de jogos como GTA, Mafia e até mesmo L.A. Noire, que adaptaram e expandiram conceitos introduzidos por esse clássico de 1999.
10. Gran Turismo 2
A Polyphony Digital superou todas as expectativas com Gran Turismo 2, expandindo drasticamente o conteúdo do primeiro jogo. Com mais de 500 carros licenciados e 27 pistas diferentes, o jogo foi um salto gigantesco em termos de conteúdo, estabelecendo um padrão de quantidade e qualidade que outras séries de corrida tentariam alcançar nos anos seguintes.

Para os brasileiros, a presença de carros como o Volkswagen Fusca adicionava um elemento especial de realismo e identificação. Muitos jogadores aprenderam conceitos de pilotagem, mecânica automotiva e física de corrida com Gran Turismo 2, desenvolvendo uma apreciação mais profunda pelo automobilismo como esporte.
O modo de carreira ampliado – o GT Mode – criou um ciclo viciante de competições, compra de novos carros e modificações. A dificuldade em obter a licença de ouro nas provas de habilitação se tornou um rito de passagem para os entusiastas, enquanto o sistema de física avançado para a época diferenciava claramente cada modelo de carro, fazendo com que a escolha do veículo para cada corrida fosse uma decisão estratégica importante.
9. Dino Crisis
Após o sucesso da série Resident Evil, a Capcom decidiu aplicar a mesma fórmula de survival horror, mas substituindo zumbis por dinossauros. A combinação de tecnologia avançada com predadores pré-históricos criou uma atmosfera de tensão constante, principalmente porque os velociraptores eram muito mais ágeis e inteligentes que os cambaleantes zumbis de Raccoon City.

O jogo inovou ao introduzir um sistema de inventário simplificado e salas que carregavam sem as famosas portas de transição, tornando a experiência mais fluida. Regina, a protagonista ruiva de uniforme escuro, se tornou um ícone instantâneo entre os jogadores brasileiros, que viam nela uma protagonista feminina forte e competente – algo que naquela época só havia sido alcançado por Lara Croft, Jill Valentine e Claire Redfield.
Apesar da jogabilidade semelhante à de Resident Evil, Dino Crisis apresentou pequenas revoluções na fórmula, como as munições compostas por elementos que podiam ser combinados e um sistema de sangue de dinossauro que indicava o estado dos inimigos. Até hoje, fãs de todas as partes do mundo imploram à Capcom por um remake que traga a mesma qualidade vista nas recentes reimaginações de Resident Evil, especialmente após o sucesso retumbante de Resident Evil 2 Remake.
8. Soul Calibur
O primeiro lançamento de peso para o Dreamcast não poderia ter sido mais impressionante. Soul Calibur superou sua versão arcade com gráficos refeitos, com modelos super detalhados, animações fluidas e cenários deslumbrantes que demonstravam todo o potencial do hardware da SEGA.

A jogabilidade refinada introduziu o sistema “8-Way Run”, permitindo movimentação livre nos combates. Para quem teve acesso ao Dreamcast, Soul Calibur era o jogo que justificava o alto investimento no console, frequentemente utilizado para impressionar amigos e demonstrar que uma nova geração de videogames havia chegado.
Com uma nota média de 98 no Metacritic, Soul Calibur permanece como um dos jogos mais bem avaliados de todos os tempos. O elenco diversificado de lutadores – cada um empunhando uma arma única – permitia diversos estilos de jogo, desde a velocidade de Taki até a força bruta de Nightmare, criando batalhas super equilibradas e competitivas.
7. Tony Hawk’s Pro Skater
Lançado em um momento em que os X-Games ganhavam popularidade mundial, Tony Hawk’s Pro Skater capturou perfeitamente o espírito da cultura skatista. O jogo da Neversoft revolucionou o gênero de esportes radicais com seu sistema de controle intuitivo, física convincente e níveis projetados para permitir combos infinitos e descobertas constantes.

Para os brasileiros, a presença de Bob Burnquist entre os skatistas profissionais do jogo era motivo de orgulho nacional. Nas locadoras, era comum ver grupos se formando em torno do televisor para assistir às manobras mirabolantes ou para tentar bater o high-score um do outro, criando momentos inesquecíveis de competição amigável.
A trilha sonora foi outro elemento crucial para o sucesso do jogo, com bandas como Dead Kennedys, Goldfinger e The Vandals embalando as sessões de skate. O modo de dois jogadores dividindo a mesma tela criou alguns dos momentos mais divertidos da geração, com desafios como SKATE ou simplesmente disputas por pontuação nos modos Trick Attack ou Graffiti.
6. Super Smash Bros.
O que começou como um experimento de Masahiro Sakurai se transformou em uma das franquias mais queridas da Nintendo. Super Smash Bros. apresentou um conceito diferente para jogos de luta: em vez de esvaziar uma barra de vida, o objetivo era aumentar o percentual de dano do oponente para então lançá-lo para fora da arena.

No Brasil, onde o Nintendo 64 tinha uma base de fãs dedicada, Super Smash Bros. rapidamente se estabeleceu como o jogo ideal para jogar com os amigos em festas ou reuniões. A possibilidade de ver Mario enfrentando Link, Pikachu ou Fox McCloud em batalhas frenéticas para quatro jogadores simultaneamente criou momentos inesquecíveis, com muita gritaria e rivalidades amigáveis.
A acessibilidade do jogo foi um fator determinante para seu sucesso – era fácil para iniciantes começarem a jogar, mas havia uma profundidade tática que só os mais dedicados descobriam. Os cenários interativos baseados em jogos clássicos da Nintendo como o Setor Z de Star Fox ou o Castelo de Peach ofereciam estratégias variadas, enquanto itens como o martelo, a estrela ou o temido Home-Run Bat podiam virar o jogo a qualquer momento.
5. Silent Hill
Enquanto Resident Evil apostava no terror com jump scares e ação, Silent Hill mergulhou nas profundezas do horror psicológico. A cidade perpetuamente envolta em névoa – uma limitação técnica transformada em recurso narrativo brilhante – criava uma atmosfera de isolamento e paranoia sem precedentes nos videogames.

A trilha sonora industrial composta por Akira Yamaoka, pontuada por ruídos estáticos e distorções perturbadoras, foi fundamental para construir a experiência. O rádio portátil que emitia estática na presença de monstros se tornou um elemento icônico que gerava tanto alívio (por alertar da presença de inimigos) quanto pavor (por anunciar perigo iminente).
A narrativa complexa e carregada de simbolismo psicanalítico elevou o potencial artístico dos videogames. Muitos jogadores relataram não conseguir jogar Silent Hill sozinhos ou no escuro, preferindo a companhia de amigos para enfrentar as criaturas deformadas e os enigmas perturbadores que povoavam a cidade amaldiçoada — uma experiência que transcendia o simples ato de jogar para se tornar um desafio de resistência psicológica.
4. Counter-Strike
O que começou como um mod de Half-Life se transformou em um fenômeno cultural que dura mais de duas décadas. Counter-Strike chegou no momento perfeito e contribuiu para a multiplicação da presença das LAN houses pelo Brasil, oferecendo a muitos jovens seu primeiro contato com jogos multiplayer online.

O jogo catalisou a formação de comunidades por todo o Brasil, com campeonatos locais improvisados que eventualmente cresceriam para se tornar parte do cenário competitivo mundial. O mapa “cs_rio”, ambientado em uma favela brasileira e com a inconfundível música “A Semente” de Bezerra da Silva tocando ao fundo, virou motivo de orgulho nacional, apesar das controvérsias sobre estereótipos.
A simplicidade conceitual – terroristas contra contra-terroristas em rodadas rápidas e mortais – escondia uma profundidade tática impressionante. Counter-Strike democratizou o acesso aos jogos competitivos no Brasil, funcionando em PCs modestos e exigindo mais estratégia do que reflexos, formando uma geração de jogadores táticos que anos depois veriam o Brasil se tornar uma potência nos eSports.
3. Winning Eleven 4
O fenômeno Winning Eleven 4 mostrou a peculiaridade do mercado brasileiro de games. Mesmo completamente em japonês, o jogo conquistou o país graças à sua jogabilidade superior e realismo inédito, com os brasileiros se virando com menus incompreensíveis ou recorrendo às versões “alternativas” com traduções amadoras que, futuramente, deram origem ao icônico Bomba Patch.

Nas locadoras, as partidas de Winning Eleven 4 eram eventos sociais. Pequenos torneios improvisados formavam filas de espectadores curiosos para ver quem seria o campeão do bairro e ganharia 10 picolés, enquanto os jogadores descobriam por conta própria os segredos dos dribles, passes e finalizações que tornavam o jogo tão especial.
A introdução da Master League representou uma revolução nos jogos de futebol. Começar com um time de jogadores genéricos e trabalhar para contratar estrelas do futebol criava um ciclo viciante de partidas, com cada vitória aproximando os jogadores um pouco mais do Dream Team — uma fórmula que anos depois seria adaptada para os modos Ultimate Team dos jogos da EA.
2. Resident Evil 3: Nemesis
Enquanto o mundo aguardava ansiosamente por Resident Evil Code: Veronica (que viria a ser lançado para Dreamcast), a Capcom surpreendeu com mais uma história ambientada em Raccoon City. Nemesis, um monstro persistente que perseguia Jill Valentine durante toda a aventura, deu um novo fôlego à experiência do survival horror ao adicionar um elemento de tensão constante — você nunca estava realmente seguro, mesmo em áreas já exploradas.

Aliado à expansão do cenário urbano de Raccoon City, que permitia ao jogador experimentar o caos da infestação zumbi em proporcões ainda maiores, Nemesis fez muita gente viver momentos de pânico genuíno, aparecendo inesperadamente, quebrando paredes ou janelas ao som de seu icônico “STARS”.
A adição do sistema de esquiva e da produção de munição com pólvora ofereceu novas camadas à jogabilidade, enquanto os momentos de decisão — em que o jogador precisava escolher entre duas ações diferentes — adicionaram um fator replay bem-vindo à aventura. A jornada de Jill tentando escapar da cidade condenada, com o inimigo implacável em seus calcanhares, deu um novo frescor à fórmula das narrativas de tensão nos videogames, influenciando gerações de jogos de terror nas décadas seguintes.
1. Final Fantasy VIII
Após o impacto cultural de Final Fantasy VII, a Square tinha uma tarefa hercúlea pela frente. Final Fantasy VIII respondeu com uma abordagem mais madura e realista, substituindo o estilo super deformed dos personagens por modelos proporcionais e cenários mais verossímeis, além de introduzir sequências em CGI que se integravam perfeita e harmoniosamente ao gameplay.
O sistema de junção de magias e o conceito de GFs (Guardian Forces) dividiram opiniões, mas ofereceram uma profundidade estratégica até então inédita na franquia. Os jogadores se emocionaram com a história de amor entre Squall e Rinoa, ambientada em um mundo que mesclava elementos de fantasia com ficção científica, escola militar e bruxaria, criando uma narrativa que falava diretamente aos adolescentes da virada do milênio.
A trilha sonora de Nobuo Uematsu atingiu novos patamares de excelência, com “Eyes on Me” (interpretada por Faye Wong) se tornando a primeira música de videogame a ganhar prêmios da indústria musical japonesa. O impacto visual do jogo foi tão significativo que a famosa cena de dança entre Squall e Rinoa foi recriada inúmeras vezes por cosplayers em eventos geek, demonstrando como a obra transcendeu os limites do videogame para se tornar um fenômeno cultural.
Menções honrosas
1999 teve tantos clássicos que muitos jogos acabaram ficando de fora da nossa lista principal. Alguns deles também causaram impacto significativo e, em qualquer outro ano menos competitivo, certamente estariam entre os principais destaques. Cada um deles trouxe inovações importantes para seus gêneros e construiu bases sólidas para franquias duradouras ou influenciou títulos que viriam posteriormente.
Quake III Arena
Focando exclusivamente no modo multiplayer, Quake III Arena aprimorou a fórmula dos shooters competitivos com movimentação fluida e mapas meticulosamente projetados, formando uma comunidade dedicada que manteve o jogo vivo por muitos anos após seu lançamento.
Legacy of Kain: Soul Reaver
Com uma narrativa complexa sobre vingança e destino, Soul Reaver impressionou pela capacidade de alternar entre os planos material e espectral sem telas de carregamento, além de apresentar dublagem e atuação de qualidade cinematográfica.
Syphon Filter
Misturando elementos de ação em terceira pessoa e espionagem, Syphon Filter se destacou pelo sistema de mira preciso e missões variadas que exigiam tanto furtividade quanto combate direto, tornando-se um dos jogos de ação mais admirados do PlayStation original.

Donkey Kong 64
A Rare aplicou sua expertise em jogos de plataforma e coleta para criar uma aventura gigantesca. Com cinco personagens jogáveis e um mundo colorido repleto de segredos, minigames e desafios, Donkey Kong 64 era uma demonstração impressionante das capacidades do Nintendo 64.
Chrono Cross
A sequência espiritual de Chrono Trigger trouxe um sistema inovador com mais de 40 personagens jogáveis e uma história que explorava realidades paralelas. Seus gráficos deslumbrantes, trilha sonora magistral de Yasunori Mitsuda e sistema de batalha único fizeram de Chrono Cross um RPG memorável que até hoje divide opiniões entre os fãs da série.

Herança de 1999 nos videogames
1999 foi definido por jogos que ousaram expandir limites técnicos e narrativos. As sementes plantadas naquele ano renderam frutos que colhemos até hoje, com franquias que continuam ativas e mecânicas que se tornaram padrão na indústria. Foi o ano que solidificou os jogos 3D, com títulos que finalmente dominaram completamente a terceira dimensão.
A variedade foi outro ponto alto: de simuladores de cidade a jogos de terror psicológico, passando por RPGs épicos e esportes radicais — tinha um grande jogo para todos os gostos.
Para muitos brasileiros que cresceram jogando nas locadoras ou em consoles “modificados”, os jogos de 1999 representam não apenas nostalgia, mas marcos importantes em suas jornadas como gamers – momentos formadores que definiram gostos e preferências que perduram até hoje.
15 jogos icônicos de 1999
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Final Fantasy VIII: RPG japonês com visual impressionante e uma história de amor em meio ao caos
- Resident Evil 3: Nemesis: Terror e tensão constante com um perseguidor implacável pelas ruas de Raccoon City
- Winning Eleven 4: Revolução nos jogos de futebol com a introdução da Master League
- Counter-Strike: O mod que virou fenômeno e ajudou a estabelecer as LAN houses no Brasil
- Silent Hill: Horror psicológico com uma névoa eterna que esconde monstros nascidos dos traumas humanos
- Super Smash Bros.: Personagens da Nintendo se enfrentando em batalhas caóticas para quatro jogadores
- Tony Hawk’s Pro Skater: Manobras radicais que capturaram perfeitamente a cultura do skate
- Soul Calibur: Luta com armas que mostrou todo o potencial do Dreamcast com gráficos impressionantes
- Dino Crisis: Survival horror com dinossauros, mostrando que o terror poderia ir além dos zumbis
- Gran Turismo 2: Simulador de corrida com mais de 500 carros licenciados e física realista
- Driver: Perseguições policiais em ambientes urbanos abertos antes mesmo de GTA 3
- Pokémon Stadium: Os monstrinhos de bolso em gloriosas batalhas 3D no Nintendo 64
- Medal of Honor: FPS histórico que provou que o gênero poderia funcionar em consoles
- Age of Empires II: The Age of Kings: Estratégia em tempo real com campanha histórica detalhada
- SimCity 3000: Simulador de cidades com profundidade de gestão e visual aprimorado
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