‘Químicos eternos’ são encontrados até na cerveja; foram testados 23 produtos
Os amantes de cerveja podem ter motivos para preocupação. Um estudo revelou que algumas marcas da bebida nos Estados Unidos contêm “produtos químicos eternos”, nome popular dado aos PFAS (substâncias per e polifluoroalquiladas).
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A pesquisa foi conduzida por cientistas do Research Triangle Institute, e os resultados foram divulgados em 24 de abril no periódico Environmental Science & Technology, da Sociedade Química Americana. Os produtos químicos eternos receberam esse apelido porque não se decompõem facilmente no meio ambiente.
Estima-se que existam cerca de 12 mil tipos de PFAS no mundo, sendo dois deles amplamente associados ao aumento do risco de câncer e defeitos congênitos: o PFOA (ácido perfluorooctanoico) e o PFOS (ácido perfluorooctanossulfônico).
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Método e resultados
A equipe de pesquisadores, liderada pela toxicologista Jennifer Hoponick Redmon, comprou 23 tipos diferentes de cerveja em uma loja na Carolina do Norte. As análises indicaram que ao menos um PFAS foi identificado em quase todas as amostras testadas.
Os resultados mostraram ainda que a maioria das bebidas continha algum nível de PFOS e que três cervejas excederam o limite máximo de concentração de PFOA (4 partes por trilhão — ppt) estabelecido pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA. As detecções de PFAS foram particularmente elevadas em bebidas produzidas na Carolina do Norte, Califórnia e Michigan.
“Como bebedora ocasional de cerveja, eu me perguntava se o PFAS presente no abastecimento de água estava chegando às nossas canecas. Espero que essas descobertas inspirem estratégias e políticas de tratamento de água que ajudem a reduzir a probabilidade de PFAS em futuras doses”, destacou Redmon.

Relação entre água e PFAS
Os cientistas relataram que, embora as cervejarias possuam seus próprios sistemas de filtragem e tratamento da água, esses não são necessariamente projetados para remover os PFAS presentes no líquido usado na produção da bebida.
“Nossas descobertas indicam uma forte ligação entre os PFAS na água potável e na cerveja, com cervejas produzidas em áreas com maiores níveis de PFAS na água potável local apresentando níveis mais altos de PFAS. Isso mostra que a água é uma via primária de contaminação por PFAS na bebida alcoólica”, concluíram os cientistas.
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