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Curiosidades

Escavação em cemitério perdido por 200 anos em Salvador encontra primeiros ossos

O antigo Cemitério do Campo da Pólvora, em Salvador, Bahia, ficou perdido por 200 anos, sendo reencontrado pela doutoranda em urbanismo Silvana Olivieri, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) durante seus estudos. Escavações iniciadas no último dia 15 de maio já renderam frutos, revelando as primeiras ossadas humanas do local, onde eram enterrados escravizados e outras pessoas marginalizadas.

O nome oficial da iniciativa é Levantamento Arqueológico na Área do Antigo Cemitério do Campo da Pólvora, sendo organizada pela empresa Arqueólogos, que financiou o estudo nesta primeira fase de diagnóstico. A pesquisa já chegou à conclusão que o local é o maior cemitério de escravizados da América Latina, e os trabalhos seguem acompanhados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Escavações em Salvador

A arqueóloga que coordena o projeto, Jeanne Dias, contou à Agência Gov que a escavação enfrentou diversos desafios. Em suas próprias palavras:


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Foi um processo complexo, com duas etapas marcantes. Primeiro, tivemos que lidar com chuvas intensas e duraram quase uma semana. Depois, enfrentamos um aterro muito mais profundo do que o esperado — cerca de 2,90 metros — até alcançarmos a camada natural de solo, onde estavam os vestígios ósseos.

A meta é localizar, resgatar e preservar os restos humanos do local, que possuem, segundo os cientistas, um valor histórico e simbólico muito grande à cidade de Salvador e ao Brasil.

Arqueóloga trabalha na escavação do cemitério centenário de Salvador, o maior cemitério de escravizados das Américas (Imagem: Iphan/Agência gov)
Arqueóloga trabalha na escavação do cemitério centenário de Salvador, o maior cemitério de escravizados das Américas (Imagem: Iphan/Agência gov)

A localização dos vestígios da população africana e negra reforça a discussão sobre igualdade social no país, segundo Dias. O objetivo é criar um banco de dados genético e promover o debate com a sociedade civil, devolvendo a dignidade às comunidades que foram enterradas de maneira anônima.

Revisitar a presença desses grupos em Salvador, completa a arqueóloga, reconstrói uma narrativa histórica que os invisibilizou por séculos. No início das escavações, que coincidiu com os 190 anos da Revolta dos Malês, maior levante de pessoas escravizadas da história da Bahia, um ato inter-religioso foi feito em homenagem aos enterrados no cemitério. Participantes do levante podem estar no local, bem como da Revolta dos Búzios (1798) e Revolução Pernambucana (1817).

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augustopjulio

Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.