Grande atualização sobre a causa da morte da maioria das 28 vítimas em um canal reacende preocupações sobre um possível serial killer

A sucessão de corpos encontrados nos bayous de Houston tem despertado curiosidade e inquietação entre moradores ao longo do ano. O número de vítimas recuperadas nesses canais ultrapassou duas dezenas, e parte delas teve a causa de morte classificada como indeterminada pelas autoridades médicas.

A combinação de fatores desconhecidos e a repetição dos casos acabou dando espaço para rumores, incluindo a possibilidade de um assassino em série. Ainda assim, autoridades municipais reforçam que não há qualquer evidência que confirme essa hipótese.

O prefeito de Houston, John Whitmire, vem tentando afastar essa ideia desde o início das especulações. Em uma entrevista recente, afirmou que “não há qualquer evidência de que exista um assassino em série solto em Houston, Texas”. O prefeito também criticou teorias espalhadas sem base oficial, dizendo que já era “o suficiente de especulações exageradas”. Segundo ele, tragédias nos bayous não são novidade e costumam envolver situações relacionadas a drogas, álcool e vulnerabilidade social.

A fala de Whitmire trouxe à tona um ponto sensível mencionado por ele. “Infelizmente, pessoas em situação de rua, quando morrem, muitas vezes acabam no bayou”, disse o prefeito, destacando que diversos fatores podem contribuir para um cenário complexo e difícil de investigar.

Pelo menos 28 corpos foram encontrados nos bayous de Houston este ano

O Instituto de Ciências Forenses do Condado de Harris adicionou mais seis nomes à lista de casos classificados como indeterminados. São eles: Salome Garza, Jamal Alexander, Rodney Chatman, Seth Hansen, Michael Rice e Michaela Miller, todos registrados entre junho e setembro deste ano. No total, 15 vítimas recuperadas nos canais tiveram o mesmo desfecho nos laudos oficiais.

Outros nomes aparecem na base de dados do instituto sob essa mesma classificação: Juan Garcia Loredo, Kenneth Jones, Culcois Racius, George Grays, Ernest Armstrong, Brent Brown, Raymond Hatten, Latrecia Amos e Jade McKissic. Para o médico legista, essa categoria é utilizada quando não é possível estabelecer com segurança o que levou à morte mesmo após exames completos.

Erin Barnhart, chefe do Departamento Médico-Legal do Condado de Galveston, explicou ao jornal Houston Chronicle que corpos encontrados na água oferecem menos pistas do que os localizados em ambientes terrestres. Segundo ela, quando alguém é encontrado em casa, no carro ou em locais específicos, há elementos ao redor que ajudam a reconstruir o que pode ter acontecido. Em ambientes aquáticos, grande parte dessas referências desaparece.

Apesar da posição das autoridades, algumas famílias discordam da narrativa apresentada pelo governo. Lauren Freeman, parente de Kenneth Cutting Jr., afirmou que o prefeito estaria “manipulando” a percepção da população ao descartar a possibilidade de crimes. Cutting Jr. desapareceu após uma noite em Houston, em junho de 2024, e foi encontrado dias depois no bayou.

O pai da vítima, Kenneth Cutting Sr., expressou sua indignação em entrevista à Fox News Digital. Ele declarou: “Todas aquelas pessoas não cometeram suicídio nem caíram no bayou por acidente e se afogaram. É ridículo. Foram tantas nos últimos três anos”.

O caso de Cutting Jr. chamou ainda mais atenção porque tanto a autópsia quanto a análise toxicológica não encontraram sinais de violência nem substâncias que pudessem ter contribuído para sua morte. Para o pai, isso reforça que algo mais grave aconteceu. “Algo aconteceu com o meu filho. Ele não caiu no bayou e se afogou”, afirmou.

Lauren Freeman, que também perdeu um familiar, levantou outra hipótese preocupante. Para ela, se não houver um assassino atuando na região, criminosos podem ter percebido que o calor e a decomposição acelerada na água dificultam investigações. “Não dá para esfaquear ou atirar, porque isso deixaria marcas”, disse.

Enquanto autoridades continuam analisando cada caso individualmente, famílias e moradores seguem à espera de respostas mais claras sobre o que está levando tantas pessoas a morrerem nos bayous de Houston.

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