Psicopata diagnosticado revela pistas ocultas perturbadoras que o tornam diferente das outras pessoas

Um homem belga decidiu compartilhar publicamente a própria experiência após receber um diagnóstico que costuma gerar curiosidade e controvérsia. Loic De Marie afirma ter sido identificado, ainda jovem, com traços associados ao espectro da psicopatia. Segundo ele, isso moldou profundamente sua maneira de agir, interpretar situações e se relacionar com outras pessoas.

A avaliação que recebeu foi baseada no PCL-R, um instrumento clínico usado para medir características ligadas à psicopatia. Quanto maior a pontuação, maior a presença de padrões como frieza emocional, ausência de culpa, impulsividade e tendência a ver os outros como meios para atingir um objetivo. Para muitos, o termo costuma ser usado de forma vaga no cotidiano, mas, no contexto científico, descreve um conjunto específico de traços de personalidade.

Durante uma entrevista ao podcast People Are Deep, De Marie relatou como esses traços aparecem no dia a dia. Ele contou que não sente arrependimento, independentemente da situação. “Não importa o que eu fiz. Nunca”, afirmou. “Eu vou viver uma vez e vou viver por mim mesmo. Eu não tenho arrependimento.”

Segundo ele, essa ausência de preocupação com consequências já o colocou em situações complicadas. “Eu já fui preso e levado para a delegacia”, relatou. “Eu não me importo com o que vai acontecer. E eu não penso nas consequências do meu comportamento.”

De Marie contou como sua condição o afetou (YouTube/People Are Deep)

De Marie mencionou um episódio que ilustra sua forma de agir. Ele levou a mãe para visitar um amigo da família que estava gravemente doente, mas o objetivo dele era outro: tentar conquistar a filha do homem. Em seu relato, a morte iminente do amigo não causava impacto emocional. “Se a pessoa tivesse que morrer, isso não é um assunto para mim”, disse.

Ao falar sobre como percebe o mundo ao redor, descreveu um padrão comum em quem apresenta traços psicopáticos: a visão de que outras pessoas são fáceis de manipular. “Quando você é psicopata, tende a acreditar que as pessoas não são inteligentes”, afirmou. “É por isso que você as usa. Você vê as pessoas como objetos. Você acha que elas são estúpidas. Você consegue o que quer delas. Por isso manipula.”

Com o tempo, no entanto, De Marie diz ter encontrado uma forma de canalizar essas características em outra direção. Em vez de manipular pessoas diretamente, passou a trabalhar como orientador, ensinando clientes a reconhecer armadilhas emocionais e comportamentos manipuladores. Ele acredita que sua experiência pessoal pode ajudar outros a se protegerem.

“Eu posso conseguir o que quero sem destruir ninguém”, afirmou. “É como um contrato entre mim e as pessoas.”

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