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Curiosidades

Homem de Marre: o geoglifo gigante na Austrália que ninguém sabe quem fez

Em uma planície árida e desolada do interior da Austrália, há uma figura colossal esculpida na terra. De braços erguidos, prestes a arremessar uma lança ou um bumerangue, o chamado Homem de Marree – ou Marree Man, em inglês – é um dos maiores geoglifos já encontrados. E, quase três décadas após seu aparecimento repentino, ninguém sabe ao certo quem o criou.

Descoberto em 26 de junho de 1998 por um piloto de um avião de pequeno porte, o desenho tem cerca de 3,5 quilômetros de altura e ocupa uma área de 28 quilômetros de perímetro. Esculpido na planície de Finniss Springs, a 60 quilômetros da pequena cidade de Marree, o geoglifo retrata uma figura masculina nua, inspirada em um caçador aborígene, empunhando o que parece ser um woomera – uma arma tradicional dos indígenas da região usada para arremessar lanças.

Mas o que mais intriga cientistas, autoridades e moradores é como – e por quem – uma figura tão gigantesca foi criada sem que ninguém percebesse.

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Um surgimento repentino

De acordo com imagens de satélite analisadas pela Nasa, o geoglifo surgiu em um intervalo de apenas 16 dias, entre 27 de maio e 12 de junho de 1998. Até então, não havia qualquer sinal de perturbação na região. Para traçar com tamanha precisão as curvas e proporções do desenho, seria necessário o uso de maquinário pesado e, possivelmente, de GPS – algo ainda incomum no interior australiano da época.

Pouco depois da descoberta, hotéis e jornais locais receberam mensagens anônimas por fax, redigidas com expressões típicas do inglês americano, que chamavam a figura de “Stuart’s Giant” (Gigante de Stuart) e descreviam sua localização. Essas mensagens misteriosas alimentaram especulações sobre a participação de militares norte-americanos na obra.

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Os yankees tinham uma base aérea próxima de Woomera, onde operavam técnicos dos Estados Unidos. A teoria ganhou força quando uma pequena placa com a bandeira americana foi encontrada próxima à cabeça do geoglifo.

Faz algum sentido: o GPS foi desenvolvido pela Marinha dos EUA nos anos 1960 para orientar submarinos. Na década de 1970, o Departamento de Defesa criou o sistema Navstar, com 24 satélites, de uso militar. Nos anos 1980, o governo liberou o uso civil, mas com precisão reduzida para que o aparelho não fosse usado ​​para fins militares (tal como o governo usava). Somente nos anos 1990 essa limitação foi retirada, tornando o GPS mais preciso e acessível ao público. 

Mesmo assim, essa não foi a única explicação que ficou famosa.

O artista invisível

Outros suspeitos surgiram. O nome mais citado é o do artista de Adelaide Bardius Goldberg, conhecido por suas obras de grande escala. Amigos próximos afirmaram que ele se gabou, em conversas particulares, de ser o autor do Homem de Marree. Mas Goldberg nunca admitiu publicamente a autoria e morreu em 2002, levando o segredo consigo.

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Em 2018, o empresário e explorador Dick Smith ofereceu uma recompensa de 5 mil dólares australianos a quem fornecesse informações concretas sobre a origem da figura. Ninguém jamais se apresentou.

O renascimento do gigante

Com o tempo, o vento e a erosão quase apagaram o colosso do deserto. Em 2016, moradores locais decidiram restaurá-lo. Utilizando escavadeiras e sistemas modernos de GPS, reabriram os sulcos – desta vez com cerca de 25 centímetros de profundidade – e criaram canais laterais capazes de reter água da chuva, permitindo que a vegetação cresça ao longo das bordas. O resultado: um contorno mais verde e duradouro visível até hoje em imagens de satélite.

A operação levou 60 horas de trabalho e revelou 250 estacas de bambu alinhadas ao redor do perímetro, provavelmente usadas como marcadores na escavação original.

<span class=”hidden”>–</span>Peter Campbell/Wikimedia Commons
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Na pequena cidade de Marree, onde vivem pouco mais de 150 pessoas, todos conhecem o gigante. Voos turísticos partem regularmente para sobrevoar o deserto e observar de cima o enigmático caçador – que se tornou um símbolo do isolamento e do mistério do outback australiano.

Phil Turner, dono de um pub local, comprou o Hotel Marree há sete anos, em parte devido à fama do Homem de Marree, contou à Australian Geographic. “Eu me deixei levar, como todo mundo, pelo mito, pelo mistério e pela intriga, pelo fato de não conseguirem encontrar os responsáveis”, diz ele. “O ‘Homem de Marree’ é uma grande atração, e isso influenciou nossa decisão de comprar o pub.”

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augustopjulio

Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal, Tech Next Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.