Algo estranho ocorre sob a superfície do planeta: o campo magnético da Terra está se alterando e colocando em risco os satélites em órbita
A Terra é envolvida por um escudo magnético que atua como barreira contra partículas solares e radiação cósmica. Sem ele, a vida na superfície seria inviável. Esse campo, porém, não é fixo. Ele se transforma com o tempo, podendo se enfraquecer ou mudar de direção.
A origem dessa força está a cerca de 3 000 quilômetros abaixo do solo, onde o núcleo externo do planeta abriga um oceano de ferro em estado líquido. Esse metal em movimento gera correntes elétricas que mantêm o campo magnético em funcionamento. Pequenas alterações nessa rotação podem modificar o equilíbrio global — e é exatamente o que parece estar acontecendo agora.
Uma anomalia sob o Atlântico Sul
Desde 2013, três satélites europeus da missão Swarm monitoram o comportamento do campo magnético. Após mais de uma década de observações, os pesquisadores detectaram algo intrigante: uma área de enfraquecimento crescente entre a América do Sul e a África.
Essa região foi batizada de Anomalia do Atlântico Sul. Em pouco mais de dez anos, ela dobrou de tamanho e hoje cobre uma área próxima à metade do continente europeu. O campo magnético ali é mais fraco, o que causa falhas em satélites e sistemas eletrônicos que passam sobre o local. Equipamentos costumam reiniciar sozinhos, perder comunicação ou apresentar erros inexplicáveis.
Até mesmo os astronautas que atravessam a área a bordo da Estação Espacial Internacional ficam mais expostos à radiação, já que o escudo protetor é menos eficiente nesse trecho da órbita.
De acordo com um estudo publicado na revista Physics of the Earth and Planetary Interiors, a causa da anomalia pode estar nas profundezas, onde o núcleo líquido de ferro encontra o manto rochoso. Nessa fronteira, os fluxos metálicos parecem se comportar de maneira diferente do habitual.
O geofísico Chris Finlay, da Universidade Técnica da Dinamarca, explica: “Normalmente, as linhas do campo magnético saem do núcleo no hemisfério sul. Mas sob a Anomalia do Atlântico Sul observamos áreas em que o campo, em vez de sair, retorna ao núcleo”.
Esse movimento reverso faz com que o campo se inverta localmente, desviando as partículas carregadas e contribuindo para o aumento da radiação nessa parte do planeta.
Um campo que se move e se transforma
A anomalia não é estática. Um dos núcleos de fraqueza vem se deslocando lentamente para oeste, sobre o continente africano, enquanto outras regiões do campo se fortalecem na Sibéria e se enfraquecem no Canadá.
ESA
Essas mudanças afetam diretamente satélites, sistemas de comunicação e navegação por GPS. A interação entre áreas de magnetismo forte e fraco altera o modo como os equipamentos são atingidos pela radiação, elevando o risco de danos eletrônicos.
“É um processo que ainda não compreendemos completamente, mas os dados indicam que o campo magnético da Terra está mais instável do que se acreditava”, afirma Finlay.
Cientistas consideram que o fenômeno pode fazer parte de um ciclo natural. Ao longo da história do planeta, o campo magnético já se inverteu diversas vezes, com o norte e o sul trocando de lugar. Esses processos, no entanto, costumam levar milhares de anos para ocorrer.
Enquanto isso, a preocupação é prática: falhas em satélites, erros em sistemas de navegação e aumento da radiação em órbitas baixas. A Anomalia do Atlântico Sul continua crescendo, e os pesquisadores seguem acompanhando o comportamento desse escudo invisível que mantém a Terra protegida — e que, aos poucos, está mudando sob nossos pés.
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