Bope divulga vídeo sobre operação no Rio: “Não vamos parar”

O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) divulgou um vídeo que repercutiu em todo o país, destacando os bastidores da megaoperação realizada nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. A ação, considerada a mais letal da história da capital fluminense, ocorreu na última terça-feira (28) e terminou com 121 mortos, sendo quatro policiais.

No vídeo, um agente do Bope explica que a operação foi resultado de meses de planejamento e coleta de informações. Segundo ele, o objetivo era desmantelar a estrutura do Comando Vermelho, facção que domina as comunidades há décadas. “O trabalho foi feito com base robusta de inteligência, e esse é o resultado: mais de 90 fuzis apreendidos, mais de 80 narcoterroristas presos. Em nome dos nossos policiais tombados, posso garantir que ninguém vai parar a gente”, afirma o policial.

As imagens mostram equipes em campo, helicópteros sobrevoando a área e veículos blindados avançando pelas ruas estreitas das comunidades. O tom do vídeo é de homenagem aos agentes mortos durante a ação e de exaltação ao espírito de resistência da tropa. “Choramos nossos irmãos com o coração dilacerado, mas com a consciência serena de que lutamos por um propósito maior. Somos a última barreira entre o bem e o mal”, declara outro integrante do Bope.

O BOPE vive um momento de profunda dor.
Em sua missão precípua de servir e proteger, fomos atingidos por uma perda irreparável: a de dois heróis que honraram, até o último instante, o compromisso com a sociedade e com a farda que vestiam.
Homens que lutaram por um ideal que… pic.twitter.com/nivDT9Xbsx

— Batalhão de Operações Policiais Especiais – BOPE (@BOPE_PMERJ) October 30, 2025

Entre os mortos homenageados estão os policiais Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, Rodrigo Velloso Cabral, Cleiton Serafim Gonçalves e Heber Carvalho da Fonseca. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anunciou que todos serão promovidos postumamente, reconhecendo o “cumprimento do dever de proteger a população fluminense”.

De acordo com as autoridades, a operação contou com cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, além do apoio aéreo e tático de helicópteros, drones e blindados. O principal alvo era o traficante conhecido como Doca, apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho e investigado por mais de 100 assassinatos, incluindo execuções de crianças.

O balanço oficial divulgado após a ação mostra a dimensão da ofensiva: 113 suspeitos presos — 33 vindos de outros estados —, 10 menores apreendidos, 118 armas confiscadas (91 delas fuzis) e mais de uma tonelada de drogas recolhida.

Os corpos das vítimas foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML), onde peritos trabalham em um esquema especial para acelerar as identificações. A investigação ainda busca determinar a origem de todos os mortos e as circunstâncias exatas de cada confronto.

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