Esposa de Sylvester Stallone apresenta teoria controversa sobre por que vários filhos de celebridades de Hollywood são trans

A empresária Jennifer Stallone gerou polêmica ao apresentar uma teoria sobre o aumento no número de crianças trans entre filhos de celebridades. Durante uma entrevista recente, a esposa do ator Sylvester Stallone associou o fenômeno ao estilo de vida e aos métodos de criação presentes no meio hollywoodiano.

A apresentadora Katie Miller, do programa “The Katie Miller Podcast”, questionou diretamente: “Por que você acha que tantas crianças em Hollywood e filhos de pais famosos são transgênero agora? Existe algo específico nisso?”. A resposta de Stallone chamou atenção pela forma como relacionou a questão à maneira como celebridades criam seus filhos.

Segundo ela, a indústria cinematográfica valoriza muito a liberdade de expressão. “Hollywood é um lugar em que tudo gira em torno da expressão. Se você se sente um gato hoje, você é um gato. É tudo muito solto”, afirmou. Stallone argumentou que, na sua visão, essa liberdade excessiva poderia confundir crianças em formação. “Essas crianças não são acessórios. São seres humanos que precisam de estrutura. A estrutura ajuda o cérebro a organizar tudo”, completou.

Jennifer também descreveu o ambiente em que muitos desses filhos crescem: mansões enormes, acesso a aviões particulares, chefs, babás e uma rotina sem muitas regras fixas. “Tem de tudo em excesso. Isso pode se tornar confuso para uma criança pequena”, declarou. Para reforçar seu ponto de vista, ela lembrou da própria experiência com as filhas. “Elas eram molecas, preferiam usar calças, amavam esportes e andar com meninos. Mas eu nunca disse ‘você é um garoto agora’. Eu apenas dizia ‘você gosta de esportes e de brincar com meninos, que ótimo’.”

As declarações geraram críticas, principalmente por associarem identidade de gênero a estilo de vida ou criação. Muitos especialistas apontam que a experiência trans não está relacionada à fama, riqueza ou liberdade de expressão em Hollywood.

A professora Jules Gill-Peterson, especialista em estudos de gênero e sexualidade, destacou que a ideia de que crianças trans são um “fenômeno recente” é incorreta. Em entrevista anterior ao jornal The Guardian, ela explicou que há registros de crianças trans acessando cuidados médicos desde as décadas de 1930 e 1940. “Muito antes disso, crianças já viviam vidas trans, com apoio familiar e comunitário”, afirmou.

Gill-Peterson também mencionou que, em diversas regiões dos Estados Unidos, comunidades aceitavam que crianças vivessem com o gênero com o qual se identificavam, frequentando escolas e banheiros de acordo com essa identidade. “Setenta ou oitenta anos atrás, já existiam práticas mais progressistas em alguns lugares do que as que vemos em muitos debates atuais”, afirmou a pesquisadora.

A discussão reacendeu um debate sensível que mistura liberdade de expressão, identidade de gênero, educação infantil e o papel das celebridades em pautas sociais. Nomes como Robert De Niro, Gabrielle Union, Jamie Lee Curtis e Cher já manifestaram apoio público à identidade de seus filhos, contribuindo para dar mais visibilidade ao tema.

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