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Chaves e a briga dos bastidores: o que dividiu o elenco

Cultuado por diferentes gerações, Chaves é um dos programas mais icônicos da TV latino-americana, que há mais de 50 anos continua a ser referência não só no seu país de origem, México, mas também em nações como o Brasil, Argentina, Chile e Colômbia.

Criado por Roberto Gómez Bolaños em 1973, como uma evolução de algumas esquetes que o comediante já apresentava no programa Los Supergenios de la mesa cuadrada, o seriado perdurou por sete anos no ar. O que, para além de episódios icônicos e frases marcantes, também rendeu algumas boas brigas de bastidores.

Embora muita gente não saiba, os últimos anos de Chaves foram marcados por uma série de desavenças, que envolveram principalmente três atores do elenco: o próprio criador e protagonista do show, Bolaños, o ator e humorista mexicano Carlos Villagrán, que fazia o papel de Quico, e a atriz e comediante Florinda Meza, responsável por dar vida a Dona Florinda.


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Para além de todo o sucesso que teve, Chaves também contou com muitas brigas de bastidores (Imagem: Divulgação/Televisa)

Quico foi alvo de disputa por créditos criativos

A mais notória briga de bastidores do programa veio mesmo dos intérpretes de Chaves e Quico que, conforme os episódios foram ao ar e a popularidade de ambos os personagens aumentava, também começaram a ter desavenças por trás das câmeras.

Villagrán, que alegava ter criado alguns dos trejeitos e bordões de Quico, ainda que todos os personagens e roteiros do show tivessem saído da mente criativa de Chespirito (o apelido carinhoso de Bolaños), passou a se sentir co autor do menino mimado. Uma percepção que o levou a cobrar do colega de elenco os direitos sobre o personagem, que na época vinha ganhando destaque entre o público.

Villagrán, inclusive, chegou a dizer anos mais tarde que a fama de Quico vinha despertando a inveja de outros atores do elenco, e que como criador da “alma do personagem” tinha o direito de usá-lo em carreira solo fora da série.

O pedido foi visto como petulância por Bolaños, que não aceitou a justificativa do colega. E, a partir de 1977, a situação entre os atores tornou-se bastante insustentável, fazendo com que, inicialmente, outras figuras do elenco como Ramón Valdés (Seu Madruga) e Maria Antonieta de las Nieves (Chiquinha) apoiassem Chespirito.

Florinda ganhou influência nos bastidores do show

Segundo rumores, outra questão que influenciou na briga entre Bolanõs e Villagrán foi a cada vez mais crescente influência de Florinda Meza no programa.

Embora Florinda Meza tenha negado, rumores afimravam que a atriz tinha enorme influência nas decisões importantes da série (Imagem: Divulgação/Televisa)

Florinda, que vivia a personagem homônima no seriado, começou a namorar Bolanõs em 1977, quando o ator se separou de sua então esposa Graciela Fernández, com quem tinha seis filhos

Na época, muito se especulou que o romance havia causado incômodo na equipe do programa, já que, supostamente, havia começado a partir de um caso extraconjugal. E que, conforme os meses transcorreram, colegas de elenco começaram a ficar especialmente contrariados com o quarto Florinda passou a opinar em decisões importantes de Chaves.

Villagrán, inclusive – artista com quem muitos diziam que Florinda também havia namorado no começo do programa –, chegou a chamar a atriz de “controladora” várias vezes para a imprensa. E, anos mais tarde, relatou que sentia que suas tentativas de negociar com Bolaños eram barradas por influência da própria colega de elenco, que exercia enorme influência em Chespirito.

Atores de Quico e Seu Madruga saíram de Chaves

Tudo, no entanto, se complicou em 1979, quando a briga dos intérpretes de Chaves e Quico chegou ao seu estopim.

Na época, Villagrán saiu de Chaves e entrou na justiça contra Bolaños e a Televisa para que tivesse o direito de interpretar o personagem fora da série. Uma exigência que ele eventualmente conquistou, ainda que fosse proibido de dar vida ao personagem em alguns países como o próprio México.

Durante esse tempo, Ramón Valdés também saiu do programa e foi trabalhar no circo. Uma decisão que, segundo o filho do ator, teve a ver com a direção do programa, que sofria cada vez mais interferências de Florinda Meza nos bastidores.

Carlos Villagrán e Ramón Valdés saíram de Chaves antes do fim do programa (Imagem: Divulgação/Televisa)

Valdés até chegou a voltar para Chaves em 1981, quando o seriado já havia sido incorporado novamente ao programa Chespirito, mas depois de um ano saiu definitivamente da série ao constatar que a influência de Florinda ainda era muito grande nos bastidores.

Nos anos seguintes, o ator se mudou para a Venezuela, onde chegou a trabalhar novamente com Villagrán, contudo, acabou ficando muito debilitado devido ao seu diagnóstico de câncer de estômago e faleceu em 1988, aos 63 anos.

Programa chegou ao fim

Embora Chaves tenha continuado com a saída de Villagrán e Valdés, e até outros personagens tenham sido incorporados ao elenco – como foi o caso de Raúl Padilla que deu vida ao carteiro Jaiminho e de Maria Antonieta de las Nieves, que também passou a fazer com regularidade Donas Neves, a bisavó de Chiquinha – a separação marcou o início do fim.

Com a volta do programa para um segmento de esquetes de Chespirito, outro problemas começaram a aparecer entre o elenco, como a idade já avançada de Bolaños, que aos 63 anos tinha cada vez mais dificuldade para interpretar uma criança, e os problemas cardiovasculares de Edgar Vivar (Professor Girafales).

Dessa forma, em 1991 foi exibida a última esquete de Chaves, que desde janeiro de 1980 já não era mais um programa independente.

Briga de Bolanõs e Villagrán nunca acabou

A tetativa da Televisa de selar a paz entre Villagrane e Bolaños (Imagem: Divulgação/Televisa)

Em paralelo a tudo isso, Villagrán se manteve completamente afastado da Televisa e de Bolanõs. Ao longo dos anos, o ator se tornou rival público de Chespirito e passou a trocar farpas com o humorista sempre que era entrevistado pela imprensa, ficando por mais de 20 anos sem falar com o antigo colega.

Para espanto dos fãs, em 2000, os dois diminuíram o tom das críticas e chegaram a se reencontrar em um evento da Televisa, em que se reconciliaram publicamente. A paz selada, no entanto, não durou muito e os humoristas voltaram a se acusar, pondo um fim ao conflito apenas em 2014, quando Bolanõs faleceu e Villagrán lamentou não ter feito as pazes com o colega.

Chespirito processou intérprete de Chiquinha

Antes de sua morte, Bolanõs chegou ainda a brigar judicialmente com Maria Antonieta de las Nieves que, em 1995, após o fim do programa Chespirito, registrou a personagem Chiquinha em seu nome para que pudesse continuar se apresentando de forma solo.

Roberto Gomes Bolaños e Maria Antonieta de las Nieves durante as gravações de Chaves (Imagem: Divulgação/Televisa)

Bolanõs descobriu a situação apenas em 2000 e tentou recorrer na justiça, mas perdeu o processo e entrou em uma briga pública com Maria, chegando a excluir a icônica personagem da série animada do Chaves, lançada em 2006.

O comediante tentou recorrer outras vezes na justiça, mas o processo só acabou em 2014 com a morte de Bolaños e a decisão legal de Maria de ser a verdadeira detentora dos direitos de Chiquinha.

Dsde então, a atriz voltou a ter contato com a família de Chespirito e se reconciliou com Roberto Gómez Fernández, filho de Bolaños, em 2022. Maria, inclusive, chegou a fazer uma pequena participação na série biográfica sobre o comediante, Chespirito: Sem Querer Querendo, além de dar um “intensivão” para Paola Montes de Oca, atriz que a interpretou no show. 

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augustopjulio

Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.