Peñico: cidade de 3.500 anos no Peru ligava povos do Pacífico aos da Amazônia
No início de julho, pesquisadores divulgaram a descoberta de uma antiga cidade no Peru, que pode ter servido de entreposto comercial há 3.500 anos. A cidade de Peñico provavelmente ligava populações da costa do oceano Pacífico aos povos dos Andes e Amazônia.
As imagens feitas por drones mostram uma estrutura circular em uma encosta, além de pedras e construções de barro. O centro comercial, localizado ao norte da província de Barranca, foi fundado entre os anos 1.800 a.C. e 1.500 a.C. Turistas já podem visitar o sítio arqueológico, que fica a aproximadamente 200 quilômetros da capital Lima.
Peñico fica próximo ao local em que a população Caral se desenvolveu há 5 mil anos. Essa é considerada a civilização mais antiga das Américas. O povo de Caral viveu na mesma época que os antigos egípcios se desenvolviam.
A arqueóloga peruana Ruth Shady, que conduziu as pesquisas, diz que a cidade provavelmente surgiu com o declínio da civilização Caral. Essa população abandonou seus centros urbanos após mil anos morando lá.
Embora não se saiba o motivo, a hipótese mais aceita liga a queda da civilização Caral a mudanças climáticas, como secas intensas. A descoberta de Peñico oferece informações sobre o que houve após o abandono das cidades Caral – e como sua cultura continuou.
“Eles estavam situados em uma localização estratégica para comércio, trocas com sociedades do litoral, das montanhas e da floresta”, disse a arqueóloga à agência Reuters. De acordo com uma declaração do Ministério da Cultura do Peru, a área estava protegida de inundações e deslizamentos, que seria atrativo para um ponto de comércio.
Peñico começou a ser explorado em 2017. Após oito anos de estudo, os pesquisadores identificaram 18 estruturas na cidade, incluindo templos cerimoniais e complexos de residências. Também foram encontrados esculturas de barro que representam pessoas e animais, além de colares de conchas.
Algumas das relíquias que mais chamam a atenção são as paredes da praça central. Lá estão esculpidas as imagens de pututus, uma espécie de trompete feito de concha que era usado para anunciar eventos – como se fosse um megafone.
Peñico é o quarto sítio arqueológico relacionado à civilização Caral que abre para visitantes. O local foi palco do primeiro festival Peñico Raymi no último sábado, um evento com atividades culturais e que presta homenagem à população local.
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