Tarifaço de Trump inviabiliza importação de peças automotivas, diz especialista

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciou na quarta-feira (9) a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações do Brasil ao país. A medida começaria a valer a partir de 1º de agosto e, se realmente for implementada, deve impactar o mercado automotivo brasileiro. 

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“A partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os Estados Unidos, separada de todas as tarifas setoriais existentes. Mercadorias transbordadas para tentar evitar essa tarifa de 50% estarão sujeitas a essa tarifa mais alta“, afirmou Trump em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A medida deve impactar diferentes setores da economia brasileira, incluindo o automotivo. Embora o país não exporte automóveis aos Estados Unidos, o Brasil vende peças.

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Estes componentes já sofreram aumento da carga tributária. É o que explica Cássio Pagliarini, consultor da Bright Consulting, referência no setor automotivo. 

“Esse aumento suplementar vai acabar com a negociação de peças, com a venda de peças que o Brasil faz para os Estados Unidos. O aumento que foi feito até agora, ao redor de 10%, provocou uma queda de 20% nas exportações. E um imposto de 50% inviabiliza qualquer importação de peças”, alertou ele em entrevista ao CT Auto. 

Tarifaço no setor automotivo

Para Pagliarini, não há uma saída fácil para as montadoras evitarem os impactos. É que os Estados Unidos são o segundo maior comprador do mercado brasileiro, ficando atrás apenas da China. Portanto, não há como substituir esse mercado tão significativo para os fluxos financeiros nacionais.

“O fato de vários países terem bloqueado as suas exportações para os Estados Unidos faz alguns desses produtos desaguarem no Brasil. Por exemplo, produtos alemães que iam da Alemanha, carros sofisticados alemães que iriam para os Estados Unidos, eles podem vir para o Brasil até em um preço favorável”, sugeriu o especialista. 

Por outro lado, ele também acredita que, em resposta, o governo brasileiro passe a taxar componentes que vêm dos Estados Unidos. Se aplicadas, as novas taxas podem afetar os preços dos veículos brasileiros, criando algum efeito inflacionário. 

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