O que são agentes de IA e o que eles podem fazer no seu celular?
A inteligência artificial avança rapidamente, e um dos próximos passos pode transformar a forma como interagimos com nossos smartphones. Os agentes de IA são a nova geração de assistentes digitais, proposta para realizar tarefas complexas com autonomia, inteligência contextual e de modo mais prático.
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Imagine acordar e, em vez de gastar tempo navegando por diferentes aplicativos para reservar uma mesa em um restaurante para o café da manhã, apenas dizer ao seu smartphone o que você quer e deixar que ele faça tudo sozinho.
Essa é a proposta dos agentes de IA, uma tecnologia que começou a ser aproveitada pela Honor como parte do “Alpha Plan”, e que promete transformar completamente a forma como interagimos com nossos dispositivos móveis.
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O que são os AI agents?
Para entender essa novidade, o Canaltech fez uma entrevista exclusiva com representantes da Honor, marca chinesa que já está trabalha para implementar a tecnologia em alguns de seus celulares.
Os agentes de IA, na concepção da Honor, são assistentes inteligentes que interagem diretamente com a interface do sistema, imitando o comportamento de um ser humano.
Em vez de depender de comandos de voz limitados ou integrações específicas com apps, o AI agent navega pela interface como um usuário: toca, rola, pressiona botões e executa tarefas sozinho.

“O Honor AI Agent pode interagir com praticamente qualquer app no seu telefone como uma pessoa faria — fazendo toques, rolagens e seleções, tudo sozinho”, explicou David Moheno.
A proposta é diferente de assistentes tradicionais como Alexa, Google Assistente ou Siri.
Em vez de comandos rígidos e funções limitadas, o agente de IA usa interface gráfica (GUI) e inteligência contextual para entender o que o usuário quer e apresentar respostas completas, para que o usuário apenas tome a decisão final.
Segundo Moheno, essa abordagem evita a necessidade de desenvolvimento de APIs específicas para cada aplicativo, o que reduz tempo e custo de implementação.
“Essa abordagem com GUI deve permitir uma adoção muito mais rápida do que uma baseada em APIs”, disse.
Casos de uso prático
Durante a MWC, em Barcelona, a Honor apresentou seu Alpha Plan e mostrou como seu agente pode facilitar a reserva de um restaurante usando o app OpenTable.
A partir de informações simples — tipo de comida, quantidade de pessoas e localização — o agente de IA analisa as opções disponíveis e sugere as melhores alternativas.
Segundo David, a IA pode entender as preferências do usuário com informações simples e fazer todo o processo de busca por um restaurante, por exemplo.
“O agente vai entender que você está em Barcelona, que quer comida italiana para um grupo de cinco pessoas e quer jantar hoje. Ele vai filtrar os restaurantes disponíveis, conferir os horários e apresentar a opção ideal para você confirmar”, explicou Moheno.
Outro exemplo citado é a compra de passagens aéreas. O usuário informa destino, orçamento e período desejado, e o agente cuida do resto: busca em diferentes sites, analisa melhores datas e mostra as alternativas mais viáveis.
“Você não precisa mais procurar em mil sites ou apps. O agente faz o trabalho pesado, te apresenta as opções, e você só decide”, explica o executivo.
Esses agentes também são capazes de entender o contexto, como datas, localização, hábitos e preferências, e adaptar as respostas conforme cada necessidade.
Eles funcionam como assistentes pessoais autônomos, com capacidade para tomar decisões técnicas e apresentar recomendações de forma proativa.
Diferenciais técnicos
O grande diferencial dos agentes da Honor é o funcionamento baseado em interface gráfica, sem necessidade de APIs.
Isso significa que eles não dependem do desenvolvedor de um app liberar permissões ou escrever linhas de código específicas para permitir a interação.
Em vez disso, o agente simula o comportamento de um humano usando o celular: executa toques simples, pressiona por mais tempo, rola a tela, digita informações — tudo de forma automática.
Essa abordagem permite que o agente de IA funcione com basicamente qualquer aplicativo instalado no dispositivo, mesmo os que nunca foram pensados para interagir com assistentes digitais.

“A beleza da proposta da Honor é que não há necessidade de desenvolvimento. O agente de IA vai fazer os toques, cliques, rolagens e navegação por conta própria, como uma pessoa faria”, destacou o executivo.
Quando isso chega?
Apesar das demonstrações impressionantes, os agentes de IA da Honor ainda estão em fase de desenvolvimento.
Segundo David Moheno, ainda não há previsão de lançamento comercial fora da China.
“Já é realidade, só falta escalar e ganhar aplicações mais amplas. E como é baseado em GUI, isso deve acontecer mais rápido do que se imagina.”
Na prática, é possível que a tecnologia esteja pronta para uso global até 2030 — especialmente considerando a rapidez com que a Honor avança em IA embarcada.
O Alpha Plan já gerou frutos em dispositivos como o Honor 400 Pro e o Honor Magic 7 Pro, que trazem dezenas de recursos baseados em inteligência artificial.
“A tecnologia já existe. Agora o próximo passo é escalar e encontrar mais aplicações. E como a interface é gráfica, a adoção deve ser bem mais rápida do que os modelos baseados em integração via API.”
Outros caminhos para os Agentes de IA
Apesar da proposta da Honor ser promissora, especialmente pela capacidade de operar com qualquer aplicativo sem depender de APIs, ela não é necessariamente inédita. Outras empresas já exploram caminhos diferentes, que também prometem transformar a relação entre humanos e máquinas.
OpenAI quer lançar um produto específico
A OpenAI, por exemplo, aposta em dispositivos físicos totalmente novos.
A empresa se uniu ao designer Jony Ive, responsável pelo visual dos primeiros iPhones, para criar um produto que funcione como um “terceiro companheiro digital”, ao lado do celular e do computador.

A proposta é oferecer um aparelho sem tela, portátil e ciente do ambiente ao redor — algo que vá além da interface gráfica e da imitação do toque humano.
O foco está na criação de um novo tipo de interação, menos dependente de apps convencionais e mais centrado em contexto e linguagem natural.
A expectativa é que esse produto chegue ao mercado em 2026, com uma abordagem para concorrer com a aposta da Honor, ao oferecer uma experiência mais fluida e integrada.
Dell quer adaptar a força de trabalho
Já a Dell está de olho em algo ainda mais estrutural: a transformação do ambiente de trabalho com agentes de IA e humanos digitais.
Em vez de focar no consumidor final, a empresa vem investindo em soluções corporativas que usam IA para automatizar processos, prever falhas operacionais e até suprir a falta de mão de obra especializada.
A diferença aqui está na escala e no foco: enquanto a Honor tenta resolver tarefas do cotidiano individual, a Dell vê os agentes como uma força de trabalho digital que pode operar 24 horas por dia e integrar áreas como logística, atendimento, análise de dados e segurança.
É uma visão mais ampla e voltada para produtividade, mas que também mostra o potencial da IA além da interface gráfica.
Zendesk quer agentes de IA para simplificar o atendimento ao cliente
Outro caminho relevante vem da Zendesk, que aposta em agentes voltados para atendimento ao cliente e suporte interno. A empresa lançou uma plataforma completa que integra IA generativa, governança e automação em um só lugar.

Diferente da proposta da Honor, que navega como um humano, os agentes da Zendesk são moldados para responder com precisão, aprender com interações e executar tarefas em plataformas como Slack e Jira — tudo isso sem depender de códigos ou APIs específicas.
O foco é tornar o atendimento ao cliente mais eficiente e proativo, com IA capaz de entender fluxos de raciocínio e oferecer soluções sob medida.
Esse modelo mostra como os agentes podem ir além da simulação visual e atuar diretamente nas engrenagens do dia a dia corporativo.
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