Japão quebra recorde de internet mais rápida, 7 milhões de vezes mais veloz que a do Brasil e capaz de baixar a Netflix em 1 segundo

Imagine tentar trabalhar de casa quando a internet fica lenta na chuva. Ou esperar horas para baixar aquele jogo novo. Situações frustrantes, né? Pois no Japão, isso está de perto de ser história antiga. O país acaba de estabelecer um recorde mundial de velocidade na internet que é tão impressionante que parece ficção científica – e faz a nossa conexão média parecer uma carroça digital.

Enquanto no Brasil navegamos com uma velocidade média de cerca de 141 Mbps (dados da Anatel), os japoneses, através de uma colaboração científica de alto nível, atingiram a marca absurda de 1.02 petabits por segundo (Pbps). Para colocar isso em perspectiva? A internet japonesa é mais de 7 milhões de vezes mais rápida do que a velocidade média que temos por aqui!

Como eles conseguiram esse feito? Foi um trabalho de alta engenharia. Pesquisadores do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação do Japão (NICT) se uniram à empresa Sumitomo Electric e parceiros europeus. O segredo está em um cabo de fibra óptica revolucionário. Apesar de ter a mesma espessura fininha dos cabos convencionais que conhecemos (0,125 mm), ele possui 19 núcleos diferentes dentro de si, ao invés de apenas um. Isso multiplica radicalmente a capacidade de transmitir dados.

Esse cabo especial foi testado em um sistema complexo. Os sinais de luz, carregando a informação, viajaram por uma distância equivalente a mais de 1.800 quilômetros, passando repetidamente por circuitos de teste. O resultado foi uma transmissão de dados com uma eficiência recorde, algo nunca antes alcançado na história das comunicações.

Mas o que esses números gigantescos significam na prática, para o dia a dia? As comparações são de cair o queixo e mostram o abismo que nos separa:

• Netflix Inteira em 1 Segundo: Todo o catálogo da Netflix, com milhares de filmes e séries, baixado completamente no seu dispositivo antes que você termine de piscar.

• Wikipedia 10.000 Vezes: Todo o conteúdo da Wikipedia em inglês (que ocupa cerca de 100 GB) poderia ser baixado dez mil vezes no mesmo único segundo.

• Biblioteca Gigante da Steam em 10 Segundos: Todos os jogos disponíveis na plataforma Steam, somando uma montanha de dados de aproximadamente 1.2 petabytes, estariam prontos para jogar em apenas 10 segundos.

• Música para Centenas de Milênios: Você poderia baixar uma quantidade de música equivalente a 127.500 anos de reprodução ininterrupta em um instante. Uma playlist verdadeiramente eterna!

• 10 Milhões de Vídeos 8K ao Mesmo Tempo: Pense na experiência mais imersiva possível. Com essa internet, seria possível transmitir simultaneamente dez milhões de vídeos na qualidade máxima 8K, sem nenhum travamento ou buffer.

Por mais incrível que seja, essa tecnologia ainda está longe de se tornar realidade para o usuário comum, tanto no Japão quanto no resto do mundo. O recorde foi alcançado em condições controladas, com infraestrutura especializada e custos altíssimos. Antes que velocidades na casa dos petabits cheguem às residências, será necessário desenvolver cabos mais acessíveis, adaptar redes inteiras e criar dispositivos capazes de lidar com tamanho fluxo de dados.

No Brasil, então, a situação é ainda mais complicada. Enquanto países como Japão e Coreia do Sul já desfrutam de conexões estáveis de 1 Gbps ou mais em muitas regiões, nós ainda enfrentamos desigualdades no acesso à internet, com muitas áreas dependendo de redes lentas e instáveis. Mesmo nas grandes cidades, onde a fibra óptica está mais presente, a velocidade média ainda está muito abaixo do que seria necessário para algo próximo ao recorde japonês.

Especialistas estimam que, mesmo nos países mais avançados, essa tecnologia pode levar pelo menos uma década para se tornar comercialmente viável. Enquanto isso, o máximo que podemos fazer é torcer para que as operadoras brasileiras acelerem os investimentos em infraestrutura – porque, no ritmo atual, vamos continuar bem atrás nessa corrida digital.

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