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Eletrônicos mais caros? Como o tarifaço de Trump afeta o Brasil

As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciadas por Donald Trump nesta semana, podem gerar um efeito cascata que deságua na desaceleração do setor de tecnologia no país e na desvalorização do real, resultando em maiores preços nos eletrônicos para o consumidor final

Apesar de grande parte das exportações brasileiras aos Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, serem de produtos do agronegócio ou do setor metalúrgico, os eletrônicos figuram na lista dos itens que mais são importados pelos americanos. 

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), no primeiro semestre de 2025 foram US$ 1,1 bilhão em exportações de eletrônicos para os EUA, um aumento de 23,1% em comparação com o mesmo período no ano passado. 


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A ABINEE afirmou em nota que “recebeu com preocupação o anúncio feito pelo governo dos EUA” e que “a medida poderá provocar impactos relevantes nas exportações brasileiras e nas relações comerciais entre dois países tradicionalmente parceiros”.

O setor de tecnologia do Brasil exporta, principalmente, motores e geradores, componentes para equipamentos industriais, máquinas para processamento de dados e instrumentos de medida.

Para Juliana Inhaz, professora de Economia no Insper, caso as tarifas de Trump entrem em vigor em 1º de agosto, o setor de tecnologia brasileiro, em que os eletrônicos estão inseridos, será impactado de três principais formas: na perda do espaço que estava ganhando no mercado americano, na interrupção de cadeias produtivas e no desestímulo à inovação. 

Com os produtos brasileiros mais caros nos EUA, as empresas de tecnologia brasileiras enfrentam forte concorrência de outros mercados, “especialmente os asiáticos que produzem a custos baixíssimos, em escala muito elevada e geralmente com subsídios”, afirma Juliana. 

Além disso, como muitas empresas exportam componentes ou produtos semiacabados, ou seja, “pedaços de produção”, as tarifas encarecem as exportações e causam a perda de eficiência da cadeia produtiva como um todo.

“Com as tarifas, essas cadeias naturalmente ficam mais caras, porque se você vai precisar de um componente que ficou mais caro, isso vai ser repassado pelo produto. Isso gera perda de eficiência, gera aumento de risco. A gente fala também de um impacto que pode arrastar outras empresas que nem estejam tão ligadas ao setor de tecnologia aqui dentro do Brasil. Pode gerar um efeito cascata. Tanto aqui quanto fora [do Brasil]”, explica a professora.

E como parte do efeito cascata, com um ambiente externo mais incerto e instável, startups brasileiras do setor sofrem com a diminuição dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, em especial, nos setores voltados à exportação. 

donald trump
Além do Brasil, Trump tarifou também diversos outros países desde seu retorno ao poder (Imagem: Reprodução/Hartford Courant)

Eletrônicos mais caros 

Ainda não há necessidade de alarmismo, devido à fama de Trump de “ir e voltar” várias vezes em suas decisões para forçar uma negociação benéfica para os EUA. Mas, num cenário em que as tarifas entram em vigor, o preço final de eletrônicos no Brasil deve subir. 

Segundo Jorge Ferreira Filho, economista e professor de Administração na ESPM, caso o presidente Lula decida retaliar as tarifas, ou seja, impor também tarifas sobre produtos dos EUA, os preços de eletrônicos subiriam, novamente, por um efeito cascata.

“O que pode acontecer é o custo de hardware, computador, software, peças, equipamentos de rede, importados nos Estados Unidos, subir drasticamente. E aí a gente tem um efeito cascata na economia, porque esse efeito é repassado para para toda cadeia da de tecnologia”, explica Jorge.

Outro fator que contribui para uma eventual subida nos preços seria a desvalorização do real, por diversos fatores, como a reação negativa de mercados, a fuga de capitais e o risco de uma escalada na tensão comercial entre os países. 

Os produtos que seriam mais afetados são, em sua maioria, aqueles que o preço varia de acordo com o dólar, como videogames, televisões, tablets, smartphones e notebooks, por exemplo. 

Vale ressaltar que os impactos nos preços de eletrônicos no Brasil não viria de forma direta com a imposição das tarifas, mas de forma indireta com todo o desdobramento delas na economia brasileira. 

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Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.