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Curiosidades

Mais de R$ 1 mil por mês: por que há planos de IA que custam uma fortuna?

Em menos de um ano, planos de inteligência artificial que custam mais de R$ 1 mil por mês foram lançados pela OpenAI, Google e Anthropic. O mais recente foi o SuperGrok Heavy, da xAI de Elon Musk, revelado nesta quinta-feira (11) com uma mensalidade de R$ 1,6 mil

Na semana passada, a Perplexity também revelou o plano Max de US$ 200 mensais (cerca de R$ 1,1 mil em conversão direta), cerca de um mês após a estreia do Google AI Ultra no Brasil, que custa seus belos R$ 1.209,90 mensais.

A Anthropic, através do Claude, também oferece o plano Max, que custa R$ 550 por mês ou incríveis R$ 1,1 mil, a depender dos limites de uso escolhidos pelo assinante. 


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Essas empresas não estão só — e nem foram as primeiras. Tudo isso começou, na verdade, com a estreia do ChatGPT Pro no fim de 2024, também por US$ 200. Mesmo assim, as concorrentes têm um objetivo em comum com os pacotes caríssimos: atender em usuários avançados, com a oferta de recursos mais poderosos e menos restrições para usar as plataformas de IA.

Por que as empresas cobram tanto por planos de IA?

Uma das razões para empresas como OpenAI e Google cobrarem valores mais salgados em planos de inteligência artificial pode estar ligado diretamente com o custo de operação diária desses sistemas.

Uma avaliação feita em 2023 pelo analista-chefe da empresa de pesquisa SemiAnalysis, Dylan Patel, ao site The Information estimou que a OpenAI gasta cerca de US$ 700 mil por dia para manter o ChatGPT funcionando, o equivalente a aproximadamente R$ 3,8 milhões em conversão direta.

O próprio CEO da OpenAI, Sam Altman, respondeu a um usuário no X que a empresa gasta dezenas de milhões de dólares em energia para que as pessoas digam ‘por favor’ e ‘obrigada’ aos modelos do ChatGPT.

Ao Canaltech, o especialista em IA e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Cleber Zanchettin, aponta que, para serem mantidos, os modelos de IA necessitam de um investimento alto em infraestrutura e desenvolvimento – fator que pressiona por mensalidades maiores.

“Eu brinco com meus alunos que as assinaturas de IA viraram o novo streaming, pois como cada modelo tem melhor desempenho em uma determinada área (coding, tradução, sumarização, pesquisa, etc), você acaba precisando ser assinante de várias empresas”, analisa o professor.

Zanchettin destaca que, quando o olhar volta para o Brasil, a aplicação de preços globais em dólar torna o valor ainda mais alto, considerando também a taxa de IOF em transações feitas com cartões de crédito internacionais para realizar as assinaturas.

“A maioria das empresas ainda não pratica a precificação regionalizada, assim, os US$ 20 do ChatGPT se transformam em R$ 120,00, o que é quase 10% do salário mínimo no Brasil, tornando a mensalidade proibitiva para grande parte da população”, aponta o professor.

Emanuele Almeida/Canaltech
São poucas as grandes empresas do setor que regionalizaram seus planos (Imagem: Emanuele Almeida/Canaltech)

Por que em dólar?

A OpenAI e Perplexity disponibilizam suas assinaturas precificadas em dólar. São poucas as grandes empresas do setor que regionalizaram seus planos, como e o caso do Google através da plataforma Google One.

O professor da UFPE avalia que, do ponto de vista das empresas de IA, a manutenção de preços elevados em dólar faz parte de uma estratégia focada nos altos custos de manutenção dos modelos.

Zanchettin também aponta que a regionalização do preço possa ser uma tendência, como houve com o streaming. Mas ele avalia que as empresas vão tentar manter o preço global “para ter mais controle da receita”.

Usuário pode perceber pouca diferença no dia a dia

O professor da UFPE explica que todas as empresas de IA possuem uma versão gratuita que é limitada para uso em horários de pico. Mas que, no dia a dia, poucos usuários realmente vão perceber a diferença entre a opção paga e a sem custos.

“As vantagens das versões pagas são normalmente mais tokens, personalização e modelos completos que são necessários normalmente para profissionais ou usuários avançados. Essas funções também são disponibilizadas para os usuários, mas de forma limitada”, adiciona Zanchettin.

Por que outras IAs são gratuitas?

Outras empresas, ainda que menores que as gigantes do campo da IA, ainda oferecem acesso aos chatbots de forma gratuita. No Brasil, há a MariTalk, plataforma de IA da Maritaca AI, criada em 2022.

Ela funciona gratuitamente para usuários comuns, mas também recebe investimentos privados para oferecer serviços específicos, principalmente no setor jurídico. Um exemplo disso, é a aplicação do JusBrasil na startup para acelerar a criação de produtos de inteligência jurídica.

Outro exemplo é a IA espanhola Luzia, que também mantém o acesso aos chatbots da empresa gratuito. Ela é acessada através do aplicativo e disponibiliza diversas personalidades, baseadas em mais de 6 modelos de linguagem para conversar com os usuários.

A diretora geral da Luzia no Brasil, Rafaela Goldlust, aponta ao CT que um dos principais objetivos da empresa é manter a gratuidade do acesso ao chatbot para os usuários. Para conseguir manter isso, ela explica que a Luzia funciona a partir de uma adaptação rápida das intenções da pessoa ao melhor LLM para responder à requisição.

“Isso agrega e fideliza o usuário ao conseguirmos oferecer respostas qualificadas sem a necessidade de um sistema super complexo, mas que se adapta à necessidade rotineira do usuário”, ressalta Goldlust.

Emanuele Almeida/Canaltech
A Luzia disponibiliza diversas personalidades para interação, baseadas em mais de 6 modelos de linguagem (Imagem: Emanuele Almeida/Canaltech)

Apesar dos objetivos, a diretora geral da Luzia avalia que a empresa não descarta um modelo pago no futuro, mas que antes precisam escalar os resultados, assim como agregar um valor contínuo ao usuário em um plano pago, sem monetizar em cima de seus dados.

Hoje a empresa se mantém através de investimentos vindos do Vale do Silício e também de empresas de fundo de investimentos como Khosla e Monashees.

Valores vão ficar ainda mais altos?

Tanto o Zanchettin, quanto Goldlust avaliam que os preços das assinaturas tendem a cair com o tempo. Isso porque, à medida que a tecnologia amadurece, versões premium tendem a ficar mais baratas ou até se tornarem gratuitas.

A diretora geral da Luzia também aponta que o setor está aplicando investimentos na redução do custo de inferência dos modelos, o que poderá tornar as assinaturas mais baratas no futuro.

Leia mais:

VÍDEO: Chat GPT, Perplexity, Claude, Gemini: QUAL escolher?

Leia a matéria no Canaltech.

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augustopjulio

Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.