Governo anuncia redução de IPI de carros populares e menos poluentes
O governo vai anunciar nesta quinta-feira (10) um novo decreto para reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos populares e que poluem menos. O texto deve ser lançado às 15h30 em uma cerimônia no Palácio do Planalto e regula o IPI Verde, que faz parte do programa MOVER (Mobilidade Verde e Inovação).
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A proposta deve beneficiar os carros 1.0 flex, ou seja, aqueles que são movidos a etanol ou gasolina e que têm menos de 90 cv de potência — o Fiat Argo, Renault Kwid e outros modelos semelhantes devem ser favorecidos pela novidade. Atualmente, a alíquota do IPI destes veículos é fixada em 7%.
As versões 1.0 turbo ficam de fora por ora, assim como os carros elétricos. Estes últimos, especificamente, não se enquadram na nova norma porque outro critério para o incentivo é que o veículo venha da produção nacional.
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A nova medida vale para pessoas físicas quanto jurídicas, como empresas de locação de veículos. Embora não haja nenhum limite de preço definido para que o desconto do IPI se aplique, os critérios técnicos devem restringir os benefícios a veículos considerados populares.
Cenário no Brasil
Com o decreto, o governo espera também reaquecer a indústria automobilística brasileira, que vem sofrendo os impactados da baixa produção, juros altos e concorrência dos importados — recentemente, a China bateu recorde de estoque dos seus carros no país. Esta é uma das preocupações de especialistas.

Para Milad Kalume Neto, consultor independente do setor automotivo, a política parece aumentar a competitividade no setor em um contexto em que as fabricantes internacionais, principalmente as chinesas, vêm ganhando força. “Agora que existe uma certa competitividade dos veículos vindos de fora, independente do país, a indústria local faz uma pressão grande para que exista uma barreira”, observou.
Ele considera que a iniciativa incentiva o consumo, mas não a pesquisa e o desenvolvimento nacional. “Eu desenvolveria a nossa indústria e direcionaria todo e qualquer tipo de recurso para, por exemplo, fomentar uma indústria de baterias aqui no mercado brasileiro, baterias para os híbridos leves (MHEVs). Mas nem isso a gente tem hoje, né?”, declarou o consultor.
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