Acelerar vídeo prejudica memória e há limites; veja a faixa etária mais afetada
Sabemos que é uma tentação: muitos já não têm paciência para assistir um conteúdo longo. No entanto, acelerar vídeo prejudica memória, como um recente estudo publicado na revista Educational Psychology Review deixa claro, principalmente no que diz respeito à memória de trabalho. Os idosos são os mais afetados pelas consequências de assistir a um vídeo em 2x.
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A memória de trabalho é uma espécie de “bloco de notas mental” que usamos para manter e manipular informações temporariamente. Ela permite que organizemos ideias, façamos cálculos mentais e tomemos decisões rápidas. Porém, essa memória tem capacidade limitada, e é exatamente aí que entra o problema das velocidades aceleradas.
Quando assistimos a vídeos em velocidades como 2x ou 2,5x, o fluxo de informação se torna mais rápido do que o cérebro consegue processar com eficiência. Isso provoca uma sobrecarga cognitiva, dificultando o armazenamento e a posterior recuperação da informação e prejudicando o aprendizado e a compreensão.
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A pesquisa da Educational Psychology Review analisou 24 estudos com participantes divididos em dois grupos: um assistia ao conteúdo em velocidade normal e o outro, em velocidades aceleradas (1,25x, 1,5x, 2x e 2,5x). Após os vídeos, todos faziam testes de memória.
Os resultados foram claros: até 1,5x, a perda de desempenho foi pequena. Já em 2x ou mais, a retenção caiu de forma moderada a significativa. Por exemplo, enquanto estudantes assistindo em 1,5x perderam cerca de 2%, os que assistiram em 2,5x chegaram a perder até 17%.
Idosos são os mais afetados
A faixa etária teve um papel importante nos resultados. Participantes entre 61 e 94 anos tiveram uma queda de até 31% na compreensão ao assistir a vídeos em 1,5x, enquanto jovens entre 18 e 36 anos conseguiram manter mais de 90% da compreensão até mesmo em 2x.
Essa diferença pode estar relacionada à flexibilidade cerebral, que tende a diminuir com a idade. Mas também pode ser explicada pela familiaridade dos jovens com o consumo rápido, indicando que o cérebro pode se adaptar com treino.

Qual é a velocidade ideal para assistir vídeos?
Se você quer assistir vídeos sem comprometer a compreensão e o cérebro, o ideal é manter a reprodução entre 1,25x e 1,5x, especialmente para conteúdos complexos ou que exigem retenção de longo prazo.
Além disso, há outro fator a considerar: a experiência do usuário. Mesmo quando a compreensão não é prejudicada, assistir a vídeos em alta velocidade costuma ser menos prazeroso, o que pode reduzir a motivação para aprender.
Plataformas como YouTube, TikTok, X, Instagram e até mesmo a Netflix, que adicionou a função de alterar velocidade há alguns anos, oferecem a possibilidade de acelerar vídeos, mas cabe ao usuário escolher com sabedoria como usar.
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