Torneio de Wimbledon adota ‘VAR’ com IA e gera polêmica com tenistas
Campeonato de tênis mais antigo do mundo, o torneio de Wimbledon, na Inglaterra, decidiu romper com uma tradição do século XIX e usar um assistente de vídeo com ajuda de IA no lugar dos árbitros de linha neste ano. Porém, a medida gerou insatisfação para alguns tenistas competidores e um erro humano quase influenciou no resultado de uma partida.
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O sistema em questão se chama Electronic Line-Calling (ELC, ou ”Chamada de linha eletrônica”, em tradução livre): conta com uma série de câmeras, sensores e inteligência artificial para avaliar a movimentação da bola e determinar se ela caiu dentro ou fora da linha em poucos segundos.
A tecnologia já é usada em torneios profissionais do esporte desde 2018, mas só chegou ao Grand Slam inglês neste ano, encerrando uma tradição de 147 anos com árbitros de linha e acompanhado de muita polêmica.
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Reclamações dos atletas
A primeira semana de uso do recurso rendeu críticas de atletas pratas da casa — os britânicos Jack Draper e Emma Raducanu perderam suas respectivas partidas no torneio e contestaram o ELC.
“Eu não acho que é 100% preciso, sendo honesto”, disse Draper em entrevista coletiva após o jogo, segundo o jornal The Guardian. Raducanu comentou que “é decepcionante que as decisões [da tecnologia] podem ser tão erradas”, segundo a BBC.
Erro crítico
O ápice das discussões ocorreu durante uma partida entre a russa Anastasia Pavlyuchenkova e a britânica Sonay Kartal, no último domingo (6). A um ponto de conquistar um game, Pavlyuchenkova não atacou uma bola que iria para fora, mas a tecnologia não marcou o ponto e a arbitragem pediu para repetir a jogada.
Kartal hit this shot long on Pavlyuchenkova’s game point at 4-4.
ELC stopped working, point was replayed despite everybody around the world watching this replay. Insane.
Pavs ended up broken.
Kartal served for the set, got broken after having a set point.
5-5… pic.twitter.com/si8JENrbdl
— José Morgado (@josemorgado) July 6, 2025
A organização do torneio pediu desculpas pelo ocorrido e atribuiu o problema a um erro humano: o operador desativou as câmeras temporariamente num dos lados da quadra por acidente, o que resultou no erro. O ponto precisou ser disputado novamente e foi perdido pela russa — para alívio da organização, ela conseguiu vencer a partida e evitar mais polêmicas sobre a situação.
A Hawk-Eye, provedora da tecnologia para o torneio, afirma que o ELC tem uma margem de erro de apenas 2,2 milímetros. Após o problema no jogo, a organização do campeonato revelou à BBC Sport que mudou os protocolos para evitar que o sistema seja desativado manualmente outra vez.
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