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Curiosidades

Por que o SteamOS é promissor, mas ainda não substitui o Windows?

A versão beta do SteamOS já está entre nós, com muitos jogadores clamando que finalmente terão um sistema operacional voltado para games em seu PC e consoles portáteis. Alguns vão além, afirmando que ele se tornará maior do que o Windows nos próximos anos — com o pensamento de que ele substituirá o clássico sistema da Microsoft

No entanto, é importante alinhar as expectativas em relação a isso. Sabe aquele ditado antigo de que “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”? Pois bem, ele se aplica perfeitamente no caso dos dois. Tanto o SteamOS quanto o Windows têm mercado e públicos distintos, o que diferencia bastante a proposta de cada um.

Para te ajudar a compreender melhor se o sistema operacional da Valve veio para ficar e se ele pode substituir o que a Microsoft trabalha há tantos anos, o Canaltech te explica todos os detalhes. Afinal de contas, a hype sobre o sistema do Steam Deck é apenas uma ilusão? O Windows é tão ruim assim? Independentemente da dúvida, você terá respostas.


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Como surgiu o SteamOS?

O SteamOS surgiu em 2013, como resposta à movimentação da Microsoft com o Windows 8. O sistema operacional introduziu ao público a Microsoft Store — que podia ser vista como uma forma de manter tudo dentro de seu ecossistema, como o monopólio visto na App Store (Apple) ou na Google Play Store (Google). 

Imagem do SteamOS
O SteamOS foi criado em 2013 como medida contra o avanço do Windows 8 (Imagem: Divulgação/Valve)

A Valve se sentiu ameaçada por esta nova abordagem, já que isso poderia impedir a atuação que o Steam mantinha até então. Logo, eles desenvolveram um software que permitiria rodar seus principais títulos e sua plataforma sem qualquer impedimento, temendo o dia que a Microsoft os colocaria de lado em prol de sua própria loja digital.

Na época, Gabe Newell — fundador da Valve — era muito vocal sobre o Windows 8 e chamou o sistema operacional como “uma catástrofe para todos”. Assim, baseado no Linux, surgiu o SteamOS em sua primeira versão. Mesmo que a Microsoft não tenha avançado com um ecossistema predatório, esse passo foi essencial para que todo o conceito fosse concebido.

Com o projeto pronto e a liderança nos PCs mantida, a Valve queria que ele tivesse um propósito em outros projetos. A partir disso surgiram os Steam Machines — computadores próprios que rodavam jogos da sua plataforma digital, através do seu sistema operacional. Além deles, a Valve também trabalhou nos Steam Controller, compatíveis com grande parte dos games.

Imagem dos Steam Machines
Os Steam Machines foi uma tentativa da Valve de introduzir mini-PCs para jogos no mercado (Imagem: Divulgação/Valve)

Porém, estas máquinas não passaram perto de serem sucessos comerciais e o SteamOS continuou vivo e em desenvolvimento para uma oportunidade melhor. E ela veio através do Steam Deck, console portátil que trouxe uma nova forma de jogar os principais títulos da loja digital, a qualquer momento e em qualquer lugar através da união de um bom software e hardware

O que é o SteamOS?

Baseado no Linux, o SteamOS foi desenvolvido com apenas uma ideia em mente: rodar os principais jogos do Steam da melhor forma possível. Sua experiência é otimizada para esta frente, o que permite que mais de 18 mil games tenham um desempenho de qualidade dentro de sua estrutura.

Pela sua base, o usuário também pode aproveitar e instalar outros programas e conteúdos, ampliando mais sua utilização do que o esperado. Apesar desta função (que é acessada através de uma área de trabalho tradicional), isso não significa que você poderá baixar o Pacote Office, Adobe Photoshop ou outros e terá várias ferramentas ao seu dispor.

A própria Valve define o SteamOS como uma alternativa para quem deseja apenas jogar, mas que não substitui outros sistemas operacionais para todas as demais tarefas — sejam elas profissionais, casuais ou qualquer tipo de uso. Isso significa que você pode até tentar baixar e instalar o Excel, por exemplo, mas se vai rodar bem no Steam Deck é uma outra história. 

Através dele, o usuário pode acessar todo o ecossistema da plataforma como a sua Biblioteca Steam, Nuvem Steam, Conversa Steam, Gravação de Jogos do Steam e diversas outras funções. O SteamOS também permite uma variedade de controles (o Steam Deck tem seus próprios, mas outros também são aceitos), assim como aceita suspensão e despertar rapidamente, o que facilita a vida de muitos jogadores.

Imagem do Steam
Todo o ecossistema Steam está presente no SteamOS (Imagem: Divulgação/Valve)

Enquanto no PC é preciso estar atento para baixar as atualizações de drivers mais recentes e fazer ajustes necessários de hardware, tudo isso já é gerenciado pelo sistema operacional — através dos updates do sistema operacional.

Por fim, mas não menos importante, ele tem compatibilidade Proton. Esta camada permite que os dispositivos com SteamOS possam rodar os jogos de Windows sem qualquer problema (o que também exclui o trabalho dos desenvolvedores de produzir uma versão própria para o software). Todos os títulos compatíveis usam o selo de “Verificado” para atestar sua performance.

A verdade sobre o Windows

A ideia da Microsoft para o Windows é trazer um sistema operacional completo, o que permite ao usuário não apenas jogar, mas acessar seus documentos, ver fotos, se conectar à internet, trabalhar com edição ou realizar diversas outras tarefas. Percebe-se que os games são apenas um dos aspectos, mas seu foco é ter múltiplas funções.

E é neste aspecto que se cai em uma grande armadilha. Como você espera rodar aquele DOOM: The Dark Ages ou Ninja Gaiden 4 com o desempenho nas alturas quando o Windows está trabalhando em diversas outras tarefas simultaneamente? Abrir um jogo não significa que todas as demais ficarão em pausa — ele ainda vai estar realizando muitas atividades em segundo plano (o que consome CPU, memória RAM etc.). 

Quer um exemplo prático? Inicie um jogo com o navegador Google Chrome aberto com ao menos umas 3 ou 4 abas abertas. Mesmo sem isso, o PC rodará diagnósticos, buscará atualizações, executará o aplicativo que não aparece, mas está funcionando em segundo plano ou qualquer outra coisa. É a natureza do Windows e, por mais que se tente evitar através das configurações, nunca será uma melhoria de 100%. 

Neste aspecto, temos uma realidade a aceitar: o Windows é muito bom naquilo que se propõe (mesmo com as críticas e reclamações, não é à toa que ele continua sendo o sistema operacional mais popular do mundo). Porém, o seu objetivo principal não é rodar jogos — e, neste aspecto, o SteamOS se destaca por permitir um desempenho melhor para esta tarefa em específico.

Fora o trabalho que o Windows dá, diga-se de passagem. Muitos montam um PC buscando cada componente (quais nem sempre são tão claros em relação à sua compatibilidade), há atualizações de drivers para CPU, placa de vídeo, placa-mãe e vários outros, há versões para o sistema operacional, para o app e para cada jogo…a coisa é complexa, não dá para se negar.

E quando está jogando com o mouse e teclado, existem combinações que tornam as coisas ainda mais divertidas (para não se falar o contrário). Se apertar um Ctrl+Alt+Seta sem querer, pode virar a sua tela de cabeça para baixo subitamente. Isso também vale para cortar o áudio, minimizar a tela do jogo ou fechá-lo sem querer entre outras funções nada legais.

A verdade sobre o SteamOS

O mesmo é válido para o SteamOS, ele não é um sistema operacional para executar várias tarefas do seu cotidiano. Ele é feito para jogar e, apesar de poder (do latim, potentia) realizar edição, transmissões e outros, esse não é o propósito dele. 

Imagem do Steam Deck
O Steam Deck e outros consoles portáteis rodam o SteamOS já (Imagem: Divulgação/Valve)

Ou seja, ele não veio ao mercado com o objetivo de substituir o Windows ou criar até uma rivalidade com o sistema operacional da Microsoft. O software não é um macOS ou alguma variante do Linux feita para realizar tarefas como a produção de textos, planilhas, rodar IA ou qualquer outra ideia que tenha. 

A sua aplicação no Steam Deck facilitou bastante o processo, já que não tem de montar um PC próprio ou buscar componentes compatíveis para fazer o SteamOS e seus jogos rodarem adequadamente. Sua excelência, neste aspecto de consoles portáteis ou máquinas feitas exclusivamente para jogos, é garantida. 

Vale notar que o lançamento da sua versão beta mira em um mercado em ascensão: dispositivos como o próprio Steam Deck, como é o caso do ASUS ROG Ally, Lenovo Legion GO, MSI Claw e outros que trabalham com o Windows 11 — até mesmo o Zeenix da Tectoy — mas são feitos para rodar jogos de PC. Deste modo, o sistema pode ajudar melhor a alcançar os resultados que você espera.

No computador, mesmo que use apenas para jogar, a própria Valve recomenda que ele não seja a sua opção prioritária. Ele funciona muito bem de forma secundária no desktop (talvez em uma segunda partição), já que não substituirá adequadamente as funções que são executadas pelo Windows. 

Por ter este foco em gaming e menos recursos para gerenciar, também temos de ressaltar que é óbvio que o desempenho do SteamOS será melhor para a função de jogar. Sem impedimentos, o processador, memória RAM e outros são direcionados devidamente para os games — o que garante um aproveitamento melhor e menos problemas para você. 

O verdadeiro rival do SteamOS

Em uma disputa mais justa, o SteamOS (mesmo sendo um sistema operacional) deveria estar disputando espaço contra o app Xbox. Como todos sabem, ele será o carro-chefe da Microsoft para os consoles portáteis — o que pode trazer um salto de desempenho similar ao software da Valve, algo que poderá ser visto com o ROG Xbox Ally, da ASUS. 

Isso significa que, até o fim do ano, a preocupação da Valve com a Microsoft não será o Windows. Principalmente quando é discutido sobre a integração do app Xbox com outras plataformas — qual o Steam já está incluso, como mostraram os últimos testes que se tornaram públicos recentemente. 

Logo, o SteamOS não veio para substituir o Windows ou tomar o seu lugar para rodar jogos no PC ou consoles portáteis. Porém, a Microsoft está de olho sim neste mercado e o app Xbox pode disputar esta preferência entre os fabricantes, impactando o mercado que o software da Valve já está dando seus primeiros passos. 

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augustopjulio

Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.