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Curiosidades

Quanto custaria um Game Boy hoje, com a inflação?

O Game Boy pode não ter sido o primeiro videogame portátil, mas com certeza foi um dos mais amados da história. O “pequeno gigante” surgiu em 1989, sendo o sucessor direto do Game & Watch e inspirado na popularidade que outro console da Nintendo tinha naquela época: o NES.

Como assim “inspirado”? Ao contrário dos demais portáteis, ele não vinha com jogos na memória, mas sim com a possibilidade de ler cartuchos — o que ampliava ainda mais a sua diversão e portabilidade. Já imaginou poder levar o Nintendinho para qualquer lugar? Era essa a proposta do Game Boy, o que alavancou ainda mais suas vendas em todo o mundo.

Lançado pelo preço de US$ 89,99 (apenas um pouco mais caro do que Mario Kart World na chegada do Switch 2), ele definiu uma geração e trouxe muitas experiências que se tornaram icônicas, como Pokémon. Porém, quanto custaria o Game Boy hoje, com os valores corrigidos pela inflação? Será que você teria um “trocadinho” para comprá-lo?


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Lançamento do Game Boy

O ano era 1989 e a indústria gaming estava em polvorosa. Muitos gêneros de jogos estavam surgindo, a estabilidade dos consoles de mesa passou a chamar a atenção e até mesmo portáteis como o Game & Watch e o Epoch Game Pocket Computer tinham o seu espaço para brilhar — o que permitia horas de jogo a mais, mesmo se sua mãe ou avó quisesse ver a novela na TV da família. 

Imagem do Game & Watch
O Game & Watch foi o primeiro portátil da Nintendo (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Enquanto isso, a Nintendo sempre foi conhecida por inovar o mercado com suas propriedades intelectuais (Super Mario Bros. e The Legend of Zelda já tinham estreado) e com os videogames (vide o Nintendinho). Logo, o próximo passo seria um salto maior, com aquele que viria a ser o substituto do Game & Watch: o Game Boy.

A proposta era até simples: os jogadores comprariam o portátil e as fitas para jogar, podendo alterná-las conforme sua preferência. Assim não teriam um console com apenas uma experiência como era visto no passado, mas sim algo mais similar ao que o NES fazia e já era considerado um sucesso.

Enquanto no Japão o videogame era vendido separado dos cartuchos, nos Estados Unidos e na Europa ele vinha acompado de um jogo que se tornou um verdadeiro fenômeno entre os gamers: Tetris. O título já era um grande sucesso no NES, atingindo um público ainda maior com o Game Boy — com o mercado se tornando alucinado com os bloquinhos (20 anos antes de Minecraft dar seus primeiros passos). 

Apesar de ter ido bem, diversas críticas foram feitas em relação à tela do portátil. Ou seja, isso sequer é uma exclusividade do Nintendo Switch 2 hoje em dia. Para o público, a tela monocromática, em comparação aos modelos com cores que surgiram no mercado como o Atari Lynx e o SEGA Game Gear, não fazia jus à qualidade esperada para um projeto tão inovador. 

Porém, outros fatores o mantiveram entre os mais vendidos ano após ano. O preço de apenas US$ 89,99 era um deles, já que era consideravelmente mais barato do que as demais opções do mercado. Outro ponto positivo era sua eficiência energética, com as pilhas que duravam muito mais do que a dos concorrentes — ou seja, isso significava muito mais horas de gameplay.

Por fim, temos a questão da biblioteca de jogos do Game Boy, que é de fazer inveja em muito console da atual geração em 2025. Tetris e Pokémon não foram os únicos que se destacaram, entrando nesta conta Super Mario Land, Kirby’s Dream Land e os títulos Oracle of Ages e Oracle of Seasons da franquia The Legend of Zelda. 

Porém, apesar de ser apenas citado até aqui, um destes jogos merece um grande destaque: Pokémon. Ninguém estava preparado para a febre que a franquia se tornou nos anos 1990, se tornando grandioso para toda a indústria gaming. Seu impacto foi tamanho que virou desenho animado, brinquedo, Trading Card Game e vários outros produtos que marcaram milhões de fãs pelo mundo.

Imagem de Pokémon Red
Pokémon Red & Pokémon Green foram lançados em 1996 para o Game Boy (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Isso não apenas alavancou os monstrinhos por aí, mas catapultou as vendas do Game Boy ao longo dos anos. Com 118 milhões de unidades vendidas, ele foi por muito tempo o videogame mais vendido de toda a história — perdendo espaço apenas para o PS2, Nintendo DS e, mais recentemente, o Nintendo Switch. Em 2025, o portátil é o 4º videogame mais vendido da história

Apesar de já estar presente no Brasil graças ao mercado paralelo, o Game Boy chegou oficialmente ao país pelas mãos da Playtronic em 1994 pelo assustador preço oficial de Cr$ 107.500. Para ter uma noção, este valor era altíssimo e representava quase 3 salários mínimos, na época de aproximadamente Cr$ 40 mil.

Com a adoção do Plano Real, o Game Boy passou a custar R$ 79,90 — uma redução assustadora de 1.200%, ficando abaixo até mesmo do valor de um salário mínimo, na época de R$ 100.

Quanto custaria um Game Boy hoje em dia?

Levando em consideração que o portátil já era vendido oficialmente no Brasil em 1990 por Cr$ 107.500,00, o Game Boy seria vendido pelo equivalente a R$ 1.007,88 hoje em dia, com valor corrigido pelo índice IPCA do Banco Central (BACEN). Não seria um valor tão alto, principalmente quando leva-se em conta que o mercado de seminovos hoje vende o portátil por até R$ 2.000, a depender das condições, se acompanha jogos e acessórios ou não. 

Imagem do preço do Game Boy
Em 1995, o Game Boy era vendido por R$ 79,90 nas lojas (Imagem: Reprodução/Super Game Power)

Porém, a versão do Game Boy vendida em 1995 estaria muito mais em conta. Os R$ 79,90 corrigidos pelo IPCA se tornariam R$ 499,34 — muito mais acessível ao bolso. Já os jogos seriam corrigidos de R$ 49,90 para R$ 311,86; preço semelhante ao cobrado pelos jogos atualmente.

Porém, tem um aspecto que vale atentar: hoje, através do Nintendo Switch Online, o jogador que tem o Switch original ou o Switch 2 têm acesso à biblioteca do Game Boy. Ela não é tão completa assim, com ausências muito sentidas da franquia principal de Pokémon, mas faz seu trabalho de forma digna: são 34 games disponíveis, incluindo Tetris. 

Fazendo contas simples, nota-se que há uma clara vantagem em seguir o pacote. Com um Nintendo Switch Lite, geralmente encontrado entre R$ 800 e R$ 1.200, mais R$ 120 anuais você teria em mãos mais de 30 jogos desta geração. Em alguns casos, essa soma não passaria nem de R$ 1.000.

Em comparação, se você comprasse um Game Boy de 1995 (o mais barato) em 2025 com mais 2 jogos, já ultrapassaria os R$ 1.200. Claro que a experiência seria única, mas perderia diversas funções como a possibilidade de tirar print da tela e compartilhar nas redes, recursos online, rewind, save state e muitos outros que facilitam o caminho dos jogadores. 

Imagem dos jogos de Game Boy
Jogos de Game Boy no Nintendo Switch Online (Imagem: Divulgação/Nintendo)

Expandindo essa conta, se você comprasse os 34 jogos e o Game Boy oficialmente com os valores corrigidos pela inflação em 2025, o gasto seria um absurdo. Quantos de nós teriam mais de R$ 11 mil para gastar nesta empreitada? Este valor daria para comprar um PS5 Pro e um Nintendo Switch 2 juntos, diga-se de passagem.

Ou seja, não é que o valor do Game Boy e dos seus jogos seriam caros hoje em dia, mas há opções que auxiliam no seu custo-benefício — para ter uma experiência bem similar à da época e com muito mais vantagens. Isso sem mencionar o mercado de emulação, que reduz esse custo para um PC da Xuxa e uma conexão à internet para baixar as ROMs. 

O preço do Game Boy corrigido pela inflação em 2025 não seria tão desagradável e até cabe no bolso dos gamers. Porém, as diversas opções de mercado para jogar seus títulos representam um salto e tanto, que as coloca na frente do antigo portátil. Em termos mais diretos, outros caminhos compensam mais hoje em dia.

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augustopjulio

Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.