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Curiosidades

Ed Wood: o pior diretor do cinema que deu origem ao gênero trash e virou cult

Embora a insistência e a busca pelo diferente costumem ser características importantes para qualquer diretor de cinema, poucos podem se gabar de ter desenvolvido ambas as qualidades com tanto afinco quanto Ed Wood.

Hoje considerado um ídolo cult, o diretor, ator e romancista nascido em 1924, nos Estados Unidos, quase não tinha recursos financeiros durante sua carreira, mas produziu dezenas de obras de terror, ficção científica e crimes que pairavam sobre sua mente.

Com baixíssimo orçamento, efeitos tosquíssimos e por vezes atores que nem eram profissionais, Wood dirigiu cerca de 29 longa-metragens, roteirizou 40 histórias e escreveu mais de 80 romances.Tudo isso misturando ideias malucas, originais e exageradas, que quase nunca faziam sentido, mas que hoje o fazem ser visto como o “pai do cinema trash”.


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O começo de tudo

O diretor Ed Wood, considero o “pai do cinema trash” (Imagem: Reprodução/IMDb)

Filho de um zelador dos correios e de uma mãe que sempre sonhou em ter uma menina e por isso o vestia com roupas femininas, Wood cresceu se travestindo de mulher, com especial apreço por roupas felpudas de angorá, que usava por baixo de seus trajes masculinos.

Apaixonado por histórias em quadrinhos e revistas populares desde muito novo, ele chegou a trabalhar como recepcionista de cinema antes de entrar para o serviço militar. E, aos 21 anos, após ser dispensado do exército e se mudar para Hollywood, começou uma prolixa carreira como diretor de comerciais.

Embora as propagandas estivessem longe de ser as histórias que Wood queria ver nas telas, seu início de carreira foi importante para que conhecesse mais da indústria. O que o levou, no final dos anos 1940, a dirigir seus primeiros filmes de faroeste de baixíssimo orçamento e escrever compulsivamente sob vários pseudônimos.

Uma paixão pela arte que intensificou-se em 1952, quando conheceu Bela Lugosi (Drácula), na época estigmatizado como um “ator de terror” e em declínio profissional devido ao seu vício em morfina.

Além de amigo, Lugosi tornou-se parceiro profissional de Wood, e, até sua morte, em 1956, trabalhou recorrentemente com o cineasta, naquele que é considerado o período mais famoso da filmografia do diretor.

Os sonhos trash de Wood vão parar no cinema

Ed Wood e Bela Lugosi no set de Glen e Glenda (Imagem: Divulgação/Screen Classics)

Embora vários filmes de Ed Wood tenham ganhando fama e virado símbolos trash ao longo dos anos – especialmente após 1980, quando ganhou o prêmio Golden Turkey de Pior Diretor de Todos os Tempos e foi redescoberto por novas gerações – alguns títulos em especial são sempre lembrados quando se fala do cineasta.

Do revelador Glen or Glenda (1953), que acompanha os passos de um homem com o hábito de se vestir de mulher, aos excêntricos A Noiva do Monstro (1955) e Plano 9 do Espaço Sideral (1957), esse último sobre alienígenas que atacam a Terra e ressuscitam cadáveres, Ed Wood fez obras absolutamente amadoras, mas completamente influenciadas por suas paixões.

Títulos como Jail Bait (1954) e A Noite das Assombrações (1959) são expoentes máximos dessas características, pois além dos enredos bizarros, atuações canastronas e erros técnicos visíveis (a ponto de microfones aparecerem em algumas cenas), demonstram também sua paixão desmesurada e inabalável pelo cinema.

Um amor pela arte, inclusive, que fez Wood ser admirado pelo público anos depois, já que muitos reconheceram no diretor uma figura que seguiu fazendo as histórias que desejava, mesmo em meio a condições precárias e sem reconhecimento.

Um legado póstumo

Johnny Depp como Ed Wood no filme homônimo (Imagem: Divulgação/Buena Vista Pictures Distribution)

Apesar do vício em bebidas alcoólicas e da depressão, Wood passou pelos anos 1960 e 1970 trabalhando em filmes pornográficos e de sexploitation, ao mesmo tempo em que escrevia romances eróticos que lhe rendiam alguns poucos trocados.

Já quase na miséria, o cineasta teve um ataque cardíaco e faleceu em 1978, aos 54 anos, deixando para trás, além da esposa Kathy O’Hara – com quem foi casado por mais de 20 anos –, um legado pelo qual, infelizmente, nunca foi reconhecido em vida.

Em 1992, o diretor tornou-se inspiração para o filme biográfico Ed Wood, dirigido por Tim Burton e estrelado por Johnny Depp. A trama acompanha os anos mais “iluminados” da carreira do profissional, quando conheceu e trabalhou com Lugosa, e dirigiu seus filmes de terror e sci-fi mais famosos.

Amplamente elogiado pela crítica, o longa-metragem ganhou o Oscar de Melhor Maquigem e de Melhor Ator Coadjuvante para Martin Landau, que deu vida a Lugosa na trama.

Para quem quiser conferir alguns dos títulos do diretor, embora hoje em dia a maior parte de suas obras sejam difíceis de achar, o filme Plano 9 do Espaço Sideral pode ser visto na MUBI.

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augustopjulio

Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.