Bomba Atômica | Carta anti-guerra escrita por Albert Einstein vai a leilão

Depois do leilão de artigos do Alan Turing, uma carta anti-guerra escrita por Albert Einstein em 1952 está sendo leiloada até a próxima terça-feira (24), com lances estimados entre US$ 100.000 e US$ 150.000 (ou seja, cerca de R$ 830 mil). A correspondência foi enviada ao editor japonês Katsu Hara e aborda a posição de Einstein em relação ao desenvolvimento da bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial.

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Com o título “Sobre minha participação no projeto da bomba atômica”, o documento foi uma resposta a uma pergunta enviada por Hara: por que Einstein apoiou a criação da bomba mesmo ciente de seu impacto? Na carta, Einstein explica que alertou os Estados Unidos sobre a possibilidade de que a Alemanha nazista estivesse desenvolvendo armas nucleares.

A carta ao então presidente Franklin D. Roosevelt, enviada em 1939, contribuiu para o início do Projeto Manhattan. Mais tarde, Einstein classificou essa ação como um erro.

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No texto, Einstein escreve:

Matar em tempo de guerra, parece-me, não é de forma alguma melhor do que um assassinato comum.

O físico afirma que via o avanço tecnológico alemão como um risco estratégico e que, diante disso, considerou necessário agir e também defende a eliminação dos conflitos armados e cita Mahatma Gandhi como um exemplo de liderança baseada em protestos sem o uso de força.

A carta foi originalmente escrita em alemão e publicada em 1952 pela revista japonesa Kaizō. A versão agora em leilão foi traduzida para o inglês em 1953 pelo físico Herbert Jehle, com a colaboração de Einstein. Essa tradução contém a assinatura de Einstein e anotações manuais no texto.

O leilão da carta anti-guerra de Einstein está sendo conduzido pela casa Bonhams. A carta tem valor histórico por registrar, de forma direta, a posição de Einstein sobre temas como armamento nuclear, guerra e movimentos sociais, e por documentar sua interação com editores e cientistas da época.

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