Inverno aumenta preocupação com vírus respiratórios, mas não é por causa do frio

Na última sexta-feira (20), começou o inverno no Brasil, e com ele, a atenção redobrada com o aumento das doenças respiratórias. Embora seja comum associar o frio às infecções virais, o que realmente eleva o risco nessa época do ano são os hábitos que adotamos no inverno: ficamos mais tempo em ambientes fechados, mal ventilados e próximos de outras pessoas, condições ideais para a circulação de vírus respiratórios. 

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Segundo dados do Boletim Infogripe, da Fiocruz, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram 30% nas primeiras 24 semanas de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024. Dos mais de 103 mil casos graves registrados, cerca de 53 mil tiveram diagnóstico confirmado para algum vírus respiratório, com destaque para a influenza, responsável por mais de 40% dos casos graves nas últimas semanas.

Metade das mortes por SRAG com diagnóstico viral confirmadas este ano foram causadas pela gripe, índice que chegou a 74,6% nas últimas quatro semanas. Apesar disso, menos de 40% do público-alvo se vacinou contra a influenza até agora, segundo o Ministério da Saúde.

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Ambientes fechados favorecem vírus respiratórios?

Durante o inverno, é comum manter janelas fechadas para evitar o frio, passar mais tempo em locais fechados e compartilhar espaços com muitas pessoas, seja no transporte público, no trabalho, em casa. Essa combinação cria o ambiente perfeito para a disseminação de vírus.

Muitos vírus respiratórios são transmitidos por gotículas liberadas ao falar, tossir ou espirrar. Em espaços sem ventilação, essas gotículas permanecem no ar ou em superfícies por mais tempo, aumentando o risco de infecção. Basta tocar em uma superfície contaminada e levar as mãos ao rosto para se contaminar.

Outro ponto para se levar em consideração é que o ar frio e seco resseca as mucosas das vias respiratórias, deixando o corpo mais vulnerável às infecções.

Ambiente fechado e mal ventilado

Em locais com pouca circulação de ar, o vírus permanece suspenso por mais tempo, o que eleva as chances de transmissão por via aérea, principalmente em espaços pequenos e com muitas pessoas.

Vale lembrar que o sistema imunológico pode ser influenciado pelas condições ambientais do inverno. A exposição prolongada ao ar frio pode reduzir a eficácia das defesas naturais do organismo, como a produção de muco nas vias respiratórias, que ajuda a capturar e eliminar partículas virais antes que elas causem infecção.

O hábito de permanecer em ambientes fechados durante o inverno muitas vezes significa compartilhar objetos e superfícies, o que facilita a transmissão indireta dos vírus. Vírus respiratórios podem sobreviver por horas em superfícies como maçanetas, corrimãos, celulares e mesas, tornando a higienização frequente dessas áreas uma medida crucial.

Distanciamento social

A aglomeração em ambientes fechados também dificulta o distanciamento social, o que aumenta a chance de contato direto com pessoas infectadas, mesmo aquelas que ainda não apresentam sintomas — momento em que a transmissão é mais silenciosa e difícil de controlar.

Prevenção

Vacinação, manter os ambientes arejados, lavar as mãos com frequência e seguir a etiqueta respiratória continuam sendo as formas mais eficazes de reduzir o risco de infecções, especialmente em um período do ano tão propício aos vírus respiratórios, como diz a OMS:

Continua sendo nossa responsabilidade coletiva – como governos e sociedades – garantir a implementação de medidas de proteção, incluindo a vacinação. Juntas, essas medidas são a melhor maneira de prevenir hospitalizações e mortes.

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