WhatsApp dizia que o usuário ‘é o produto’ em crítica a anúncios no passado
O WhatsApp terá anúncios no Status, seguindo os passos do Instagram e Facebook. Contudo, há cerca de dez anos, a empresa chegou a pontuar que o usuário “é o produto” quando a publicidade “está envolvida” ao justificar a ausência de propaganda no app antes de ser adquirida pela Meta.
A crítica ocorreu em uma publicação no blog oficial do WhatsApp feita em 18 de junho de 2012 pelo cofundador Jan Koum. No artigo, ele lembra do período em que trabalhou no Yahoo ao lado de Brian Acton, também cofundador do mensageiro.
“Nós vimos o Yahoo! ser superado em tamanho e alcance pelo Google, um vendedor de anúncios mais rentável e eficiente”, diz o artigo. “Ele sabia o que você estava procurando, portanto conseguia reunir seus dados de forma mais eficaz e vender anúncios melhores.”
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Ele ainda destacou na época que as empresas “sabem literalmente tudo sobre você, seus amigos e seus interesses”, e que utilizam essas informações para campanhas publicitárias.
Nesse cenário, a dupla dedicou esforços para criar “algo que não fosse apenas mais um centro de publicidade”, com a visão de que “as pessoas vão dormir pensando nas outras pessoas com quem conversaram”, e não em anúncios. A ideia era buscar outras formas de rentabilidade, como a cobrança pelo uso.
A publicidade, para Koum, “não é apenas uma interferência na estética, um insulto à sua inteligência e uma interrupção na sua linha de raciocínio”, considerando que todas as “empresas que vendem anúncios” dedicam parte da equipe para ajustar recursos a fim de aprimorar a coleta e a mineração de dados pessoais.
“O resultado de tudo isso é um banner publicitário um pouco diferente no seu navegador ou na tela do seu celular”, diz o cofundador. “Lembre-se: quando a publicidade está envolvida, você, usuário, é o produto.”
O artigo ainda destaca que os engenheiros do WhatsApp passavam “o tempo todo” focados em corrigir bugs e adicionar novos recursos. “Esse é o nosso produto e a nossa paixão. Seus dados não estão entre os nossos objetivos, simplesmente porque não temos nenhum interesse neles”, conclui Koum.
WhatsApp terá publicidade no Status
A publicação, que completa 13 anos nesta quarta-feira (18), faz um contraste em relação aos novos rumos do WhatsApp, que foi adquirido pela Meta em 2014.
A Meta revelou nesta segunda-feira (16) que as publicações do Status serão acompanhadas por campanhas patrocinadas por empresas, assim como ocorre no Instagram Stories.
A solução utilizará a localização, idioma, canais seguidos e interações com propagandas para segmentar os conteúdos. Informações de outras plataformas da Meta também poderão ser utilizadas neste processo, caso o perfil esteja conectado à Central de Contas.
Durante o anúncio, a controladora destacou que a criptografia de ponta a ponta permanece e que as conversas continuam privadas.
Além do WhatsApp, o Telegram exibe anúncios em canais públicos também com a promessa de assegurar a privacidade dos usuários.
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