Vídeo assustador mostra transmissão ao vivo sendo interrompida após ataque em Teerã

Imagine estar assistindo ao noticiário e, de repente, as luzes do estúdio apagam, a imagem treme e o apresentador desaparece da tela correndo. Foi exatamente isso que aconteceu na tarde de 16 de junho no canal estatal iraniano IRINN (Islamic Republic of Iran News Network). Enquanto a âncora Sahar Emami apresentava as notícias em farsi, um ataque aéreo atingiu o prédio da emissora em Teerã, capital do Irã. As câmeras capturaram o momento de pânico antes de a transmissão ser interrompida abruptamente.

Autoridades iranianas atribuíram o ataque a Israel e o classificaram imediatamente como um “crime de guerra”. Segundo relatos da mídia local, uma funcionária, Masoumeh Azimi, morreu no incidente.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baqai, condenou veementemente o que chamou de “ato perverso”. O exército israelense, por sua vez, afirmou ter como alvo um “centro de comunicações do regime iraniano”. Horas antes, forças israelenses haviam alertado os residentes de Teerã para evacuarem a cidade.

Este ataque à TV é mais um capítulo dramático numa guerra aberta que começou apenas três dias antes, em 13 de junho. Na sexta-feira, Israel lançou um ataque maciço contra instalações nucleares iranianas. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, justificou a ação como uma “operação militar direcionada para conter a ameaça iraniana à própria sobrevivência de Israel”.

A raiz desse conflito explosivo está no programa nuclear do Irã. A comunidade internacional, incluindo potências como os Estados Unidos, Rússia, China e nações europeias, considera extremamente perigoso que o Irã possua uma arma nuclear.

Um acordo internacional, conhecido como JCPOA, tentou limitar as atividades nucleares iranianas em troca do fim de sanções econômicas. Porém, esse acordo enfrentou turbulências, especialmente após a saída dos EUA sob o presidente Donald Trump, que pressionava fortemente por um novo acordo.

O ponto crítico é o nível de enriquecimento de urânio alcançado pelo Irã. O urânio encontrado na natureza tem apenas cerca de 0,7 por cento do isótopo U-235, essencial para reações nucleares. Para uso como combustível em reatores de energia, esse material precisa ser “enriquecido”, aumentando a concentração de U-235 para cerca de 3,5 a 5 por cento – um processo que remove grande parte do isótopo U-238, mais comum.

Contudo, o Irã tem produzido e armazenado urânio enriquecido a 60 por cento. Esse nível é considerado um grande salto em direção ao urânio de grau militar, que exige 90 por cento de enriquecimento.

Especialistas explicam que enriquecer de 0,7 por cento para 60 por cento representa aproximadamente 90 por cento do esforço técnico necessário para alcançar os 90 por cento exigidos para uma bomba. Esse avanço acelerado, sem uma necessidade clara de energia civil (já que reatores nucleares comerciais não usam urânio tão enriquecido), é o que gera profunda preocupação global sobre as intenções do país.

Enquanto os ataques aéreos se intensificam entre Israel e o Irã, a posição dos Estados Unidos vem sendo de distanciamento. O presidente Donald Trump, por meio de sua rede social Truth Social, comentou o conflito: “O Irã deveria ter assinado o ‘acordo’ que eu disse para eles assinarem. Que pena, e desperdício de vidas humanas.

Simplesmente declarado, O IRÃ NÃO PODE TER UMA ARMA NUCLEAR. Eu disse isso repetidamente! Todos devem evacuar Teerã imediatamente!”. A situação permanece tensa e imprevisível, com o mundo observando atentamente os desdobramentos de um confronto que já deixou marcas profundas e trouxe o som da guerra diretamente para as telas de televisão.

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