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Curiosidades

Equipe forense escava em busca dos restos mortais de quase 800 bebês em antigo ‘lar para mães e bebês’

Uma escavação minuciosa está em andamento em um terreno aparentemente comum na cidade de Tuam, na Irlanda. O local, que já abrigou a instituição St. Mary’s Mother and Baby Home, é agora o centro de um esforço forense vital: encontrar os restos mortais de centenas de bebês e crianças desaparecidas. Os investigadores trabalham com a esperança de localizar quase 800 pequenas vidas que se perderam ali décadas atrás.

Esta busca intensa é resultado direto do trabalho incansável de Catherine Corless, uma historiadora local do Condado de Galway. Ao longo de anos de pesquisa meticulosa, ela reuniu evidências chocantes.

Entre 1925 e 1961, ano do fechamento da casa, aproximadamente 798 crianças morreram dentro das paredes da St. Mary’s. Essas crianças eram filhas de mães solteiras, mulheres que a sociedade irlandesa da época, fortemente influenciada pela Igreja Católica, estigmatizava severamente.

Um memorial para os 796 está no local que agora será escavado

Um memorial para os 796 está no local que agora será escavado

O destino dado a essas crianças após a morte é um dos aspectos mais perturbadores da história. Segundo as investigações de Corless, a maioria não recebeu um enterro digno. Apenas duas crianças constam oficialmente como sepultadas no cemitério local. As outras quase 800 teriam sido colocadas em uma vala comum improvisada e brutal: um antigo tanque séptico desativado no próprio terreno da instituição. Localmente, esse local ganhou o nome sinistro de “o fosso”.

Uma primeira pista sobre esse destino terrível surgiu muito antes, em 1975. Dois meninos de 12 anos, brincando na área, descobriram o tanque. Relatos da época dizem que ele estava cheio até a borda com ossos humanos. Na ocasião, acreditou-se que os restos eram de vítimas da Grande Fome Irlandesa do século XIX, e o caso foi arquivado. Foi preciso a persistência de Catherine Corless, quase quarenta anos depois, em 2014, para conectar esses ossos às crianças desaparecidas da St. Mary’s e abalar a Irlanda e o mundo.

A St. Mary’s era administrada por freiras católicas da ordem Sisters of Bon Secours. Funcionava como um refúgio forçado para mulheres grávidas solteiras, vistas com vergonha e rejeição. A Irlanda teve pelo menos dez instituições semelhantes, que abrigaram cerca de 35.000 mulheres ao longo das décadas. Nessas casas, as mães eram frequentemente separadas de seus filhos, e muitos bebês eram dados para adoção de forma coercitiva.

Catherine Corless tem feito campanha pela escavação desde sua pesquisa há uma década

Catherine Corless tem feito campanha pela escavação desde sua pesquisa há uma década

Os registros de óbito da casa de Tuam indicam causas como desnutrição, sarampo e tuberculose, doenças comuns na época. No entanto, uma investigação oficial mais ampla, concluída em 2021, revelou um padrão aterrador. Descobriu-se que cerca de 9.000 crianças morreram em 18 instituições desse tipo em toda a Irlanda, apontando para uma taxa de mortalidade infantil chocante e sistêmica.

Essas revelações forçaram um reconhecimento oficial. O governo irlandês, representado pelo Taoiseach (primeiro-ministro) Micheál Martin, emitiu um pedido formal de desculpas do Estado. Martin afirmou que o país teve uma atitude profundamente distorcida em relação à sexualidade e à intimidade, e que mães jovens e seus filhos pagaram um preço terrível por essa disfunção social.

As Sisters of Bon Secours, que administraram a casa de Tuam, também ofereceram suas “profundas desculpas”, admitindo que as crianças foram enterradas de uma maneira “desrespeitosa e inaceitável”. A ordem ofereceu compensação financeira.

Trabalhadores já começaram os trabalhos para escavar o terreno

Trabalhadores já começaram os trabalhos para escavar o terreno

Catherine Corless expressou alívio pelo início das escavações, um processo que pode levar até dois anos. Ela também refletiu sobre a contradição fundamental: a Igreja pregava o cuidado com os vulneráveis, os idosos e os órfãos, mas excluiu inexplicavelmente as crianças “ilegítimas” dessa proteção. Sua pergunta ecoa: como foi possível tratar bebês e crianças pequenas, tão vulneráveis e inocentes, dessa maneira?

Agora, o foco está na ciência e na dignidade. A equipe forense trabalha no local para recuperar os restos do antigo tanque séptico e áreas adjacentes. O objetivo crucial é utilizar testes de DNA para identificar o maior número possível dessas crianças.

Cada uma delas, finalmente, merece um enterro individual, com nome e respeito, algo que lhes foi negado em vida e na morte. A escavação em Tuam é mais do que uma busca por ossos; é uma tentativa tardia de restituir identidade e humanidade às vítimas esquecidas de um sistema cruel.

Esse Equipe forense escava em busca dos restos mortais de quase 800 bebês em antigo ‘lar para mães e bebês’ foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

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augustopjulio

Sou Augusto de Paula Júlio, idealizador do Tenis Portal e do Curiosidades Online, tenista nas horas vagas, escritor amador e empreendedor digital. Mais informações em: https://www.augustojulio.com.