CPI das Bets | Senadores rejeitam indiciamento de influenciadores e empresários
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets rejeitou, nesta quinta-feira (12), o relatório final apresentado pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). O documento pedia o indiciamento de 16 pessoas, entre elas empresários e influenciadoras, como Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra.
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O texto foi rejeitado por 4 votos a 3. Foi a primeira vez, em dez anos, que um relatório de CPI no Senado foi recusado. Confira, abaixo, os senadores que votaram contra e a favor do relatório:
Contra:
- Angelo Coronel (PSD-BA);
- Eduardo Gomes (PL-TO);
- Efraim Filho (União-PB);
- Professora Dorinha Seabra (União-TO).
A favor:
- Soraya Thronicke (Podemos-MS);
- Eduardo Girão (Novo-CE);
- Alessandro Vieira (MDB-SE).
Envio do relatório a autoridades
Mesmo com a rejeição, a relatora afirmou que encaminhará o documento a autoridades como o Ministério Público, a Polícia Federal e o Ministério da Fazenda.
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“Nós temos muito a ajudar. Saio feliz, com [sentimento de] missão cumprida. Não terminará em pizza, eu não sou pizzaiola. Eu vou marcar já na semana que vem ou, se eu conseguir, entregar hoje para alguns deles”, destacou a senadora à TV Senado após a reunião.

Pedidos de indiciamento
As acusações listadas no relatório envolvem crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e associação criminosa. Veja os nomes — e os crimes — das 16 pessoas para as quais houve pedido de indiciamento, mas que foi rejeitado pela CPI:
- Virgínia Fonseca: publicidade enganosa e estelionato;
- Deolane Bezerra: jogos de azar e loteria não autorizada, além de estelionato, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa;
- Adélia de Jesus Soares: falso testemunho, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa;
- Daniel Pardim Tavares Gonçalves: falso testemunho, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa;
- Pâmela Souza Drudi: publicidade enganosa e estelionato;
- Fernando Oliveira Lima: lavagem de dinheiro e associação criminosa;
- Erlan Ribeiro Lima Oliveira: lavagem de dinheiro e associação criminosa;
- Toni Macedo da Silveira Rodrigues: lavagem de dinheiro e associação criminosa;
- Jorge Barbosa Dias: lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal e exploração ilegal de jogos de azar;
- Bruno Viana Rodrigues: lavagem de dinheiro, organização criminosa e exploração ilegal de jogos de azar;
- Marcus Vinicius Freire de Lima e Silva: lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, exploração de jogos de azar, associação criminosa, tentativa de interferência no Poder Judiciário, corrupção ativa e tráfico de influência;
- Ana Beatriz Scipião: estelionato, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa;
- Jair Machado Junior: estelionato, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa;
- José Daniel Carvalho Saturnino: estelionato, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa;
- Leila Pardim Tavares Lima: estelionato, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa;
- Marcella Ferraz de Oliveira: estelionato, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
Influência no comportamento
Além das acusações criminais, o relatório argumenta que os possíveis indiciados influenciam negativamente o comportamento das famílias brasileiras. A senadora também destacou os impactos sociais e econômicos dos jogos de aposta, especialmente entre as camadas mais vulneráveis da população.
Um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) aponta que 23% dos apostadores deixam de comprar roupas para destinar o dinheiro às apostas, enquanto 19% deixam de adquirir itens de supermercado ou de realizar viagens.
Já uma pesquisa apresentada pelo Instituto Locomotiva revelou que 52% dos entrevistados redirecionam para as apostas o dinheiro que antes era destinado à poupança. Além disso, 48% disseram ter reduzido os gastos em bares e restaurantes, e 43% afirmaram ter deixado de gastar com roupas e acessórios.
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