Brasil vai fazer sua primeira missão científica à Antártica com carbono neutro
A próxima missão do Programa Antártico Brasileiro irá marcar a história do continente gelado: será a primeira expedição científica com planejamento de compensação das emissões de carbono na Antártica. A iniciativa, criada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), também recebe apoio da Fundação Carlos Chagas Filho para Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).
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Os cientistas, liderados por Heitor Evangelista da Silva, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), calcularam a pegada de carbono deixada pelas missões científicas para diminuir as emissões e remediar os impactos inevitáveis das atividades no continente. A equipe apontou os impactos à Antártica em uma publicação na revista científica Science, incluindo microplástico e aerossóis de carbono negro encontrados nas geleiras.
A missão brasileira na Antártica
A missão deverá ser efetuada entre o final de 2025 e o início de 2026, levando quatro pesquisadores ao Laboratório Criosfera 1, já presente na Antártica. Os cientistas calcularam o consumo de combustíveis fósseis em todas as etapas da jornada, desde uso de energia nas acomodações, deslocamentos, geração de resíduos sólidos e paradas obrigatórias até o continente gelado.
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No Laboratório Criosfera 1, não será usado nenhum combustível fóssil, já que a base utiliza energia solar, no verão, e eólica, no inverno. Serão usados, no entanto, aviões comerciais, cargueiros, um navio de pesquisa da Marinha Brasileira e um trator de neve. Segundo estimativa da ABNT, serão 9 toneladas de CO2e (gases do efeito estufa em termos de equivalência ao CO2).
Para compensar essas emissões, a equipe irá reflorestar a Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro, plantando 200 exemplares de espécies nativas em regiões desmatadas. A estratégia é conhecida como captura equivalente de carbono e serve, além de medida de mitigação dos impactos da missão, como exemplo para os cientistas polares de outros países, que poderão replicar essa prestação de contas.
A Criosfera 1 foi instalada no verão de 2011/2012, sendo a plataforma científica mais remota do Brasil e uma das poucas totalmente automatizadas. Ela fica a 2.500 km da Estação Comandante Ferraz e a 600 km do Polo Sul, monitorando autonomamente a meteorologia local, níveis de CO2, carbono negro, ozônio, aerossóis, radiação cósmica, acumulação de neve e radiações UV-A e UV-B.
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